A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos disse em memorando enviado ao Congresso americano na quinta-feira, 13, que um funcionário civil da NSA foi forçado a se demitir depois de ter admitido que deu a sua senha a Edward Snowden, sem saber que iria ser usada para revelar informações secretas.
A agência de serviços secretos disse ainda que, depois de uma longa investigação para "atribuir responsabilidades" sobre a divulgação de segredos de inteligência por Snowden, que outras duas pessoas ligadas à NSA estão implicadas no vazamento de informações — identificados apenas como um militar da ativa e outro contratado por uma empresa externa —, as quais foram afastadas da agência em agosto do ano passado. O responsável jurídico da NSA, Ethan Bauman, informa, porém, que nenhum dos três funcionários tenha sido acusado de cumplicidade com Snowden.
A existência do memorando foi revelada em primeira mão pela NBC News e tinha a intenção de responder a consultas do Congresso sobre quem, além de Snowden, seria responsabilizado pelas falhas de segurança que levaram à divulgação das informações. A resposta parece indicar que nenhum dos altos funcionários da NSA, como o diretor da inteligência nacional, será advertido ou demitido.
De acordo com o memorando da NSA, a confissão do civil foi feita no dia 18 de Junho do ano passado, duas semanas depois de os jornais The Guardian e The Washington Post terem publicado a primeira notícia sobre o programa de espionagem do governo americano. "Sem que o civil se tivesse percebido, o sr. Snowden conseguiu apoderar-se de sua senha, o que lhe permitiu ter um acesso ainda mais vasto às informações classificadas", diz o memorando. Apesar de não estar a par das intenções de Snowden, o funcionário sabia que o analista não tinha autorização para acessar àquele tipo de informação, afirma a agência.
A senadora Dianne Feinstein, do Partido Democrata, da Califórnia, que chefia o Comitê de Inteligência do Senado, sugeriu que deveria haver legislação que restringisse severamente o acesso de funcionários contratados por empresas externas aos sistemas de agências de inteligência.
O jornalista americano Glenn Greenwald, que tem escrito a maioria das notícias sobre os documentos obtidos por Snowden, deixou um comentário irônico na sua conta no Twitter sobre a veracidade do memorando da NSA. "Não há nenhum razão para ser cético em relação a um memorando preparado pela NSA sobre Snowden e feito para ser divulgado ao público."