Inteligência artificial mobiliza especialistas em debate no Forum Econômico de Davos

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Especialistas falando em uma sessão interativa sobre inteligência artificial no Fórum Econômico Mundial concordaram que a tecnologia e o acesso a ela devem ser democratizados. Eles disseram ser este um caminho essencial para fornecer às pessoas conhecimentos e habilidades relevantes ao desenvolvimento igualitário e sustentável da computação cognitiva.

Ginni Rometty, presidente e CEO da IBM, que assumiu a liderança na computação cognitiva no setor de tecnologia da informação e desenvolveu a plataforma avançada AI Watson, disse que a transparência é imperativa para desenvolver a confiança na computação cognitiva.

Segundo ele, em breve, todos estarão trabalhando com tecnologias de IA e as pessoas vão querer saber como foram projetados, por quais especialistas e usando quais dados. "Os seres humanos precisam permanecer no controle dela", disse Rometty, acrescentando que é imperativo que a tecnologia seja criada para, pelo e com o povo.

Os participantes concordaram que as preocupações éticas e legais devem imperar desde o início dos projetos, no design, e chamaram a importância da criação de equipes multidisciplinares, com o trabalho conjunto de clientes, advogados, especialistas em ética, cientistas e desenvolvedores.

Destacando a necessidade de democratizar o design de tecnologia, Joichi Ito, diretor de Media Lab do MIT (Massachusetts Institute of Technology), disse que é preocupante o fato de a demografia do Vale do Silício ser composta predominantemente por homens brancos. Ele deu o exemplo de uma tecnologia de reconhecimento facial que não conseguiu reconhecer faces escuras, refletindo a falta de diversidade entre os engenheiros que a projetaram.

"AI ainda é uma arte sob medida. O cliente não pode imaginar a ferramenta", disse ele, sugerindo que as partes interessadas, incluindo o cliente, o advogado e o especialista em ética unifiquem o discurso sobre a tecnologia, disse que sua organização está se concentrando em como tornar a tecnologia amplamente acessível. Ele citou o sucesso do Microsoft Skype Translator, o aplicativo de tradução da fala disponível para download gratuito. Sobre os desafios, Nadella disse que muitas questões ainda precisam ser respondidas, por exemplo corrigir a responsabilidade por decisões feitas por algoritmos que os humanos não escreveram e se o excedente de AI que será criado será compartilhado de forma equitativa.

"O crescimento global do PIB mundial não é estelar", disse Nadella. Para garantir que AI e a Quarta Revolução Industrial ajudem a resolver os problemas urgentes de hoje, como as mudanças climáticas, a educação e a descoberta de drogas, e para garantir o crescimento inclusivo, é importante ajudar a formar pessoas para os empregos do futuro, disse ele.

Em um mundo com um excesso de AI, valores humanos como o senso comum e empatia serão escassos. Estes são os valores que os cidadãos de amanhã precisariam mais para fazer da humanidade o melhor que pode ser, acrescentou.

Ron Gutman, fundador e CEO da HealthTap, um aplicativo online que reúne pacientes e médicos, disse que a AI vai criar empregos que não existem hoje. Por exemplo, sensores e wearables fornecem tantos dados que será possível passar de uma medicina reativa para pró-ativa, criando um novo ecossistema de empregos.

Rometty destacou sua ideia do "novo colar" de empregos, baseado na crença de que as habilidades necessárias para o trabalho de amanhã não são apenas as high-end, habilidades de alta tecnologia que só podem ser adquiridas através de um diploma universitário tradicional. Muitos postos de trabalho, como os de técnicos em computação em nuvem e especialistas em prestação de serviços, precisarão de habilidades freqüentemente obtidas através de treinamento vocacional ou de formas não tradicionais. Ela enfatizou ao mesmo tempo que todo mundo vai precisar de reciclagem.

Ito concordou, observando que todos terão que adquirir uma compreensão da AI, e os sistemas de educação precisarão ser mais dinâmicos.

A 47ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial acontecerá até amanhã, 20, em Davos-Klosters, na Suíça, sob o lema Responsive and Responsible Leadership. Mais de 3.000 participantes de quase 100 países participarão em mais de 400 sessões.

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