Facebook compra WhatsApp por US$ 16 bi

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O Facebook anunciou no início da noite desta quarta-feira, 19, que adquiriu o serviço de mensagens WhatsApp por US$ 16 bilhões, a maior transação já realizada pela empresa desde que foi fundada em fevereiro de 2004. A rede social vai pagar US$ 4 bilhões em dinheiro e US$ 12 bilhões por meio da transferência de ações ao CEO Jan Koum e a Brian Acton, fundadores do WhatsApp.

O valor, no entanto, deve chegar a US$ 19 bilhões, já que o Facebook se comprometeu a desembolsar um adicional de US$ 3 bilhões em unidades de ações restritas (RSUs, na sigla em inglês), que serão concedidas aos empregados e aos fundadores do WhatsApp. As RSUs serão adquiridas ao longo dos próximos quatro anos.

Koum e Brian Acton, dois ex-executivos do Yahoo, criaram o aplicativo de mensagens em 2009. Dois anos após a sua criação, o WhatsApp já havia recebido cerca de US$ 10 milhões em investimentos e rapidamente se tornou rentável.

No mês passado, o serviço anunciou que atingiu a marca de 430 milhões de usuários no mundo, sendo 70% deles ativos diariamente. Por dia, cerca de 50 bilhões de mensagens são enviadas e recebidas por meio do aplicativo. Com base nesse número é possível deduzir que a rede social está pagando cerca de US$ 40 por usuário.

O CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, se mostrou feliz e extremamente otimista com a transação. "O WhatsApp está a caminho de conectar 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo. Os serviços que atingem esse marco são todos incrivelmente valiosos", disse em um comunicado.

Serviço independente

Em seu perfil no Facebook, Zuckerberg garantiu que os dois serviços irão operar de forma independente e complementar. "O WhatsApp irá continuar a operar independentemente dentro do Facebook. O plano de ação do produto não será mudado e o time irá permanecer em Mountain View, na Califórnia. Nos próximos anos, nós vamos trabalhar muito para ajudar o WhatsApp a crescer e conectar o mundo todo… O WhatsApp vai complementar nossos serviços de chat e mensagens já existentes, fornecendo novas ferramentas para nossa comunidade", prossegue ele no comunicado.

Zuckerberg também fez questão de enaltecer Jan Koum. "Eu conheço Jan há um longo tempo e eu estou animado com a parceria com ele e sua equipe para tornar o mundo mais aberto e conectado", acrescentou.

O negócio também põe fim à busca frenética do Facebook para ganhar força no segmento de mensagens. Embora já disponha do Facebook Messenger, plataforma de bate-papo da empresa, ele é popular apenas entre os usuários da rede social. Além disso, as tentativas de criar seu próprio serviço de mensagens sempre fracassaram. No ano passado, Zuckeberg havia tentado adquirir o SnapChat, por cerca de US$ 3 bilhões, mas a empresa recusou a oferta.

Capacidade de monetização

Apesar de o WhatsApp ser bastante popular, alguns analistas nutrem dúvidas sobre a capacidade de monetização do serviço, que costumava ser pago no iOS e grátis no Android, e agora é gratuito em todas as plataformas, embora cobre US$ 1 do usuário após um ano de uso. Koum até então nunca teve a monetização como prioridade. Tanto que também chegou a declarar que não tinha planos de monetizar o serviço com publicidade. Mas, agora, tudo isso pode mudar.

O anúncio da compra, no entanto, não parece ter empolgado Wall Street. As ações do Facebook no after-hours trading desta quarta-feira na Nasdaq — negociação após o fechamento do pregão da bolsa eletrônica ­— tiveram queda de 2,63%, cotadas a US$ 66,27.

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