Estudo mostra importância da tecnologia móvel na proteção do meio ambiente na América Latina

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A tecnologia móvel será uma das ferramentas fundamentais para se enfrentar as mudanças climáticas e desenvolver soluções inteligentes que assegurem um crescimento econômico sustentável na América Latina. Esse é o destaque do novo estudo da GSMA (associação global do ecossistema móvel) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), intitulado 'Tecnologia para a ação climática na América Latina e no Caribe – Como as soluções móveis e as TIC contribuem para um futuro sustentável de baixo carbono".

O relatório, desenvolvido pelo grupo South Pole, analisa como a indústria das TIC está permitindo a redução da emissão de carbono em todos os setores, ao mesmo tempo em que reduz sua própria pegada ecológica. O estudo descreve como a Internet das Coisas (IoT) e o Big Data estão ajudando a enfrentar as mudanças climáticas e a proteger o meio ambiente, e também ressalta de que forma a indústria e os governos podem abordar temas como o lixo eletrônico.

Segundo o relatório, a tecnologia móvel e as TIC possuem o potencial de reduzir com eficiência as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) e de efetivamente desvincular o crescimento econômico do crescimento das emissões. Um forte compromisso pela eficiência energética e pela energia renovável é o caminho que a indústria digital deve tomar para se alinhar ao Acordo de Paris e manter o aquecimento global bem abaixo dos 2 graus Celsius.

As operadoras móveis da América Latina estão definindo objetivos para expandir, durante os próximos anos, a porcentagem de energia renovável que utilizam, ao mesmo tempo em que focam em iniciativas para diminuir o consumo de energia e contribuem com projetos de proteção ambiental, como campanhas para reduzir o desmatamento e para desenvolver serviços que protejam a vida selvagem.

O Big Data e a Internet das Coisas (IoT) podem ser inovações essenciais para o desenvolvimento de soluções contra as mudanças climáticas. Sua implementação apoiará os setores de transporte, manufatura, agricultura, construção e energia, entre outros, para reduzir suas emissões GEE e incrementar a eficiência no uso de recursos para proteger o meio ambiente.

As TIC e soluções móveis estão sendo amplamente utilizadas para melhorar os serviços públicos como o transporte, por meio de medidores inteligentes, monitoramento ambiental, smart grids e muitos outros. Um exemplo se destaca em São Paulo, onde a Telefônica lançou um piloto de Big Data para monitorar a mobilidade dos cidadãos, analisar seu impacto na qualidade do ar na cidade e estimar seus efeitos na saúde e no bem-estar dos habitantes.

Utilizando dados de mobilidade, foi possível prever os problemas de poluição até dois dias antes que eles ocorressem. Isso permite que as autoridades locais tomem precauções para proteger a saúde pública, como direcionar o tráfego para rotas alternativas e alertar as populações vulneráveis, aquelas com problemas respiratórios em áreas de alta contaminação.

O relatório revela que o lixo eletrônico (e-waste) gerado globalmente alcançou 46.000 quilotons (kt) em 2017, e que a América Latina representa 9% do total mundial (4.400 kt). Estima-se também que apenas 46 kt (1%) do total do lixo eletrônico da região esteja associado aos telefones móveis. Esses novos dados da Universidade das Nações Unidas destacam que o lixo eletrônico crescerá 10% ao ano na América Latina até 2020.

Os governos da América Latina e do Caribe devem melhorar os incentivos para a reciclagem e reutilização dos equipamentos elétricos e eletrônicos. A reciclagem e a reutilização diminuem o uso de energia na produção de equipamentos eletrônicos, pois reduzem a demanda por materiais virgens, cuja extração é muito intensiva em energia. Isto reduz as emissões GEE e também resulta em menos lixo eletrônico que chega aos aterros sanitários. Para avançar em direção a uma economia circular, os governos da região necessitam implementar políticas adicionais dirigidas ao setor de TIC, como por exemplo as baseadas na responsabilidade estendida do produtor.

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