Snowden classifica resolução do Parlamento Europeu como um gesto 'extraordinário'

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O ex-colaborador da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, que vazou para a imprensa milhares de documentos sobre o vasto programa de espionagem do governo americano, desencadeando um escândalo internacional, classificou como "extraordinário" o gesto do Parlamento Europeu, que pediu na quinta-feira, 29, aos 28 Estados-membros da União Europeia, que o acolham e lhe ofereçam proteção. Em uma resolução, os legisladores pediram que os países do bloco europeu protejam Snowden como "defensor dos direitos humanos".

Em mensagem no Twitter, Snowden disse que a votação foi "extraordinária" e a descreveu não como "um golpe contra o governo dos EUA, mas uma mão aberta estendida por amigos, uma oportunidade para avançar". Os eurodeputados pediram que os países do bloco abandonem quaisquer acusações criminais contra ele e lhe concedam proteção e, consequentemente, impeçam sua extradição, "em reconhecimento da sua condição de defensor internacional dos direitos humanos".

Snowden vive no exílio na Rússia desde junho de 2013, enfrentando acusações norte-americanas de espionagem e de roubo de propriedade do Estado, com pena prevista de até 30 anos de prisão. Em sua defesa, ele alega que cumpriu um dever cívico, ao informar os demais cidadãos sobre os programas de vigilância que reuniam enormes quantidades de dados pessoais em nome da segurança nacional.

No início do mês, Snowden elogiou a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia de pôr fim ao acordo de transferência de dados pessoais aos EUA por empresas, como a rede social Facebook. O Tribunal disse que o acordo denominado Safe Harbour ("Porto Seguro"), estabelecido entre os EUA e a Comissão Europeia, era inválido por não garantir a proteção dos dados pessoais dos europeus.

Na resolução, os legisladores pedem à Comissão Europeia para garantir que todas as transferências de dados aos Estados Unidos prevejam um "nível de proteção equivalente ao garantido pela União Europeia". Para os parlamentares, muito pouco tem sido feito para resguardar os direitos fundamentais dos cidadãos, depois das revelações de Snowden, que chocaram muitos membros da União Europeia, especialmente a Alemanha, ao revelarem que os serviços de segurança norte-americanos tinham, inclusive, acessado chamadas feitas pela chanceler Angela Merkel a partir do seu celular. Com informações da Agência Brasil.

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