No mundo da Internet das Coisas, defesa cibernética é prioridade

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O aumento dos ataques virtuais está levando várias empresas a investir no segmento de cybersecurity. Segundo especialistas, a América Latina tem sido alvo crescente de crimes cibernéticos e o Brasil aparece como um dos principais focos. De acordo com estudo realizado pela Cybersecurity Ventures e divulgado durante uma das principais feiras de segurança no Rio de Janeiro, a LAAD Security, o País perde mais de US$ 8 bilhões por ano em função de crimes na internet, o que o torna a segunda maior fonte de crimes cibernéticos no mundo e o primeiro na América Latina.

Divulgado no ano passado, o estudo da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, afirmou que o aumento do número de crimes cibernéticos tem sido um tema de destaque no cenário de riscos corporativos, tornando-se uma questão urgente para os conselhos empresariais. De acordo com esse relatório, as perdas por causa de fraudes on-line chegam a US$ 3,5 bilhões. Crimes cibernéticos incluem ações não-monetárias, como distribuição de vírus em redes de computador ou roubo de informações comerciais confidenciais ou de identidade. O mesmo estudo citou que o Brasil está entre os cinco países com mais crimes cibernéticos – os outros são Rússia, China, Nigéria e Vietnã.

Os números mostram que a definição de prioridades para investimentos em segurança cibernética se tornou uma questão urgente. O próprio levantamento da Cybersecurity Ventures indica que o mercado latino-americano de segurança cibernética deve crescer de US$ 5,29 bilhões, em 2014, para US$ 11,91 bilhões até 2019. Somente o mercado brasileiro de segurança digital deve atingir US$ 7,29 bilhões.

Atualmente, o mercado mundial dispõe de uma série de soluções que permitem segurança de tecnologia e das informações. A tendência é que essas ferramentas ganhem um espaço maior, inclusive com foco na segurança da automação industrial. No momento em que falamos da Internet das Coisas (IoT) como uma das principais tendências tecnológicas de 2016, precisamos oferecer novas arquiteturas de segurança para identificar, responder, bloquear e contra-atacar tentativas de invasão aos sistemas corporativos.

De acordo com o Gartner, haverá mais de 4,9 bilhões de dispositivos conectados à Internet este ano, o que representa um aumento de 30% em relação a 2014. Para os próximos cinco anos, este número atingirá 25 bilhões. Neste cenário, a segurança terá um papel estratégico e, de acordo com a consultoria, mais de 20% das empresas terão até 2017 serviços de segurança digital para proteger os projetos de Internet das Coisas.

Com isso, novas soluções e parcerias devem surgir a curto e médio prazo no Brasil para atender a demanda e reduzir o gap que existe em segurança cibernética. A expectativa é que setores que não possuem a tradição de investir em projetos robustos de segurança comecem a priorizar iniciativas para prevenir a invasão de sistemas e vazamento de informações confidenciais.

Muitas empresas não sabem o que estão perdendo e, por isso, não consideram a defesa cibernética como algo necessário e urgente. É preciso mudar essa cultura no Brasil e conscientizar as empresas sobre a importância da prevenção. Com as soluções de cybersecurity, conseguimos garantir que os dados confidenciais das empresas sejam preservados, que a linha de produção industrial fique menos vulnerável e que a nossa infraestrutura crítica de energia, água e telefonia não seja paralisada por ataques virtuais.

Outro benefício que as soluções de inteligência avançada e de cybersecurity trazem é a capacidade de explorar grandes volumes de dados. Por meio de algumas soluções disponíveis no mercado, é possível contribuir com investigações policiais, adicionando inteligência ao processo, inclusive com a possibilidade de automatizar algumas tarefas, utilizando big data para análise detalhada de quaisquer provas coletadas. Tais ferramentas também podem colaborar com sistemas avançados de monitoramento de imagens digitais em vários setores: agronegócio, monitoramento de barragens, gasodutos, setor elétrico e linhas de transmissão.

O que se percebe é que o leque de atuação das soluções de segurança cibernética é extenso e representa um caminho de oportunidades para as companhias que desejam enfrentar os desafios de uma sociedade hiperconectada, em constante transformação tecnológica. As ameaças existem, mas a capacidade de bloqueá-las é real, desde que haja investimentos e um grande desejo de transformação cultural, que passa pela prevenção.

Marco Stefanini, CEO global do Grupo Stefanini, considerado a quinta empresa brasileira mais internacionalizada segundo Ranking da Fundação Dom Cabral de 2015.

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