A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e a Prefeitura de Joinville (SC), passarão agora a trabalhar em conjunto para desenvolver projetos relacionados à Internet das Coisas (IoT) com o objetivo de melhorar a infraestrutura da cidade. É o que está previsto no Acordo de Intenções assinado pelo professor José Roberto Castilho Piqueira, diretor da Poli, e Udo Doher, prefeito de Joinville.
O evento ocorreu no útimo dia 12, no Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli e contou com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, com a presença do pró-reitor José Eduardo Krieger, e da empresa multinacional em tecnologia Huawei, com a presença do diretor de Marketing Henri Hezhe.
"Pretendemos triplicar os índices econômicos e sociais da cidade em 30 anos, e fazer com que ela seja considerada uma cidade inteligente no futuro", afirmou o prefeito, que disse ser imprescindível a parceria entre o setor público e a academia para isso. O município já investe em sistemas eletrônicos como o Sigeor, Simgeo e Sei, ferramentas online que facilitam a busca por informações geográficas, administrativas e jurídicas da cidade. Contudo, o prefeito pretende ir mais longe, e prevê acordos para transformar a cidade em um centro digitalizado e inteligente em longo prazo. A parceria com a Poli caminha nesse sentido. "Não estamos olhando para a Joinville de hoje, mas para Joinville do futuro", completou.
O professor da Escola Moacyr Martucci Jr foi o responsável pela organização do evento e explicou como a Poli irá contribuir no projeto. "Iremos utilizar as inovações relacionadas à IoT desenvolvidas no Departamento em aplicações práticas para a cidade de acordo com os interesses dela", afirmou. "Podemos fazer isso em diferentes setores, como o da saúde, segurança pública e educação. A assinatura de hoje significou a abertura de um leque de possibilidades".
Segurança Pública
A Poli já desenvolveu projetos relacionados com a IoT. Um deles, o Smart Campus, resultou da parceria entre a Huawei e a Poli, proporcionada pela Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade. A ferramenta se utiliza de dispositivos e câmeras de alta tecnologia para identificar pessoas em atividades suspeitas dentro do campus. Esses dispositivos detectam rostos e objetos e enviam as informações para um banco de dados em nuvem, que por sua vez é capaz de identificar a pessoa se ela estiver cadastrada no sistema. Se houver indícios de atividades suspeitas, o sistema envia um alerta de segurança.
Fabio Cabrini, pesquisador do PSI, desenvolveu sua tese de doutorado sobre o software e fez uma apresentação prática para o público do evento. "Estamos trabalhando para que no futuro a ferramenta consiga identificar o caminho que a pessoa faz dentro da Universidade e possa até traçar o perfil da mesma", concluiu. Para isso, ele afirmou ser necessário o desenvolvimento de uma infraestrutura de comunicação melhor do que a que existe atualmente, uma vez que o tempo de resposta entre os dispositivos, denominado latência, pode sofrer atrasos mesmo com a tecnologia 4G.