Jovens de Uganda criam aplicativo de exame de ultrassom por smartphone

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Para atender grávidas carentes no exame pré-natal, um grupo de jovens em Uganda criou um ultrassom via smartphone chamado WinSenga, um fetoscópio acessível que se conecta a um telefone celular e é operado por meio de um aplicativo. Ele possibilita que médicos e parteiras monitorem mais facilmente a saúde do feto, além de deixar as mães participarem da experiência, permitindo a elas escutar o zunido suave do coração do seu bebê pelos fones de ouvido.

"Não é apenas uma ótima maneira de acompanhar a saúde da gravidez e aumentar a consciência se houver problemas. Ele traz paz de espírito para as mães. As mães sempre querem ouvir os batimentos cardíacos de seu bebê", diz Joshua Okello, cofundador e líder da equipe da Cipher256.

O WinSenga teve início há alguns anos, quando a competição Imagine Cup, da Microsoft, inspirou os estudantes universitários Okello e Aaron Tushabe a usarem suas habilidades de informática para enfrentar alguns dos maiores desafios do mundo. Eles foram movidos pelo sofrimento das mães que vivem fora do alcance dos cuidados médicos modernos.

"Em 2013, um número estimado de 3 milhões de mortes de recém-nascidos e mais de 2 milhões de natimortos foram registrados em todo o mundo, juntamente com 200 mil mortes maternas. adivinhe de onde é a maioria destes registros? Países em desenvolvimento. Mas onde exatamente? Mais de 60% das pessoas estão na África Subsaariana. Na realidade, se você fizer as contas, mais de 1,2 bilhão da população africana vive nessa área em particular", conta Okello.

A ideia deles para reinventar o ultrassom ganhou o Imagine Cup Oriental e Austral Africano, da Microsoft, em 2012, e recebeu uma doação de US$ 50 mil do Social Innovation Summit no Vale do Silício.

Além dos recursos, a Microsoft deu mentoria à equipe, acesso ao software e assessoria técnica ao longo do processo para ajudá-los a transformar seu conceito numa startup de pleno direito. A Cipher256 agora tem vários empregados, e seus fundadores orientam outros jovens tecnólogos. A equipe trabalha atualmente no terceiro protótipo do WinSenga, e o dispositivo está sendo testado por um obstetra e parteiras em clínicas em Uganda. A empresa busca aprovação regulatória das autoridades ugandesas para iniciar os ensaios clínicos formais em 2016.

"Os ensaios clínicos irão nos alimentar com uma grande quantidade de dados sobre o estado do dispositivo: o quão preciso ele é comparado com aparelhos padrão, como o Doppler fetal, ou com o que todo mundo estiver usando. Esse é o tipo de feedback que nós precisamos", afirma Okello. "Em última análise, queremos salvar vidas, tanto do feto quanto da mãe."

O WinSenga foi criado em Visual Studio, é apoiado pelos serviços em nuvem do Azure e atualmente roda em Windows Phone.

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