Gestão de Produto: nem o Vale do Silício tem um "segredo" inovador

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Visitar o maior polo mundial de tecnologia, o Vale do Silício, na Califórnia, tem sido a opção de qualquer empresário brasileiro que deseja respirar inovação em uma cultura altamente empreendedora. Recentemente, passei 30 dias na região em busca de aprendizado relacionado à Gestão de Produto, área que sou responsável na Involves. Antes da viagem, criei uma lista e me conectei com diversos profissionais que poderiam colaborar nesta jornada. Descobri, nos corredores de gigantes da tecnologia, que não há nenhum "segredo inovador" com relação a gestão de produto. Quem diria: os problemas que fazem parte da minha rotina também estão no dia a dia dos Product Managers do Vale do Silício.

Verifiquei na prática como as empresas norte americanas de tecnologia baseiam praticamente todas suas decisões, inclusive de produto, a partir de métricas. No Brasil, muitas instituições já acordaram para esta realidade, mas ainda não se trata de uma prática comum. As métricas são necessárias para que você consiga avaliar o êxito do seu produto e também para guiar o desenvolvimento de modo que se tenha maior segurança que os resultados esperados foram atingidos. O desafio, no entanto, é encontrar a métrica adequada para o seu negócio, aquela que reflita de fato o sucesso ou o fracasso do seu produto.

Outro aprendizado do Vale: quando o assunto é comunicação, é melhor pecar pelo excesso. O produto é um assunto que afeta todas as áreas da empresa e, principalmente, o cliente que o utiliza. É muito importante encontrar os canais adequados para escoar as informações para cada um destes públicos. A ineficiência da comunicação terá um efeito reverso na escalabilidade da empresa. Tenha certeza que todos, clientes e colaboradores, estão na mesma página.

Um desafio que identifiquei durante a estada na Califórnia foi explicar aos americanos o que é o nosso produto, quais os problemas que queremos resolver, para onde estamos indo e qual o próximo passo para se aproximar deste objetivo. Se foi complicado para eu responder, imagine como seria para qualquer outro colaborador da Involves. Participei de alguns workshops e meetups que me guiaram para encontrar as respostas de boa parte destas perguntas conceituais. Entendi que era essencial o engajamento da empresa inteira em torno destes questionamentos para disseminar os nossos princípios em todas as áreas.

Além disso, percebi o quanto as empresas de tecnologia norte-americanas buscam a reinvenção, testando novas formas de solucionar os problemas, mesmo que estas  matem o seu próprio produto. A busca incansável pela inovação disruptiva precisa estar inserida na cultura das empresas de tecnologia, caso contrário a chance de outros produtos engolirem seu negócio é muito maior.

Ainda existe um longo caminho até aplicarmos e maturarmos tudo que gostaríamos na Involves, porém, desde de que retornei de viagem, busquei trabalhar focado nos tópicos comentados anteriormente e, em apenas dois meses depois, é perceptível a melhoria de alinhamento em torno do produto. Os colaboradores compreendem melhor nossa missão e sabem onde estão inseridos neste contexto.

Veio até o último parágrafo e também é Product Manager? Meu último aprendizado é especial para você: não existe bala de prata quando o assunto é gestão de produto. Cada mercado e produto possui suas particularidades, logo, nem sempre o que é aplicado em outras empresas de sucesso fará sentido para uma determinada organização. O seu desafio é identificar as práticas mais eficientes, aquelas que suportarão a visão traçada para o seu produto e impulsionarão seu time na direção correta.

Pedro Galoppini, diretor de Produto da Involves.

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