Globo Play já exibiu 12 mil anos de conteúdos

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A Globo Play, plataforma de vídeos OTT da emissora aberta, completou um ano de atividade com números expressivos para apresentar.

Entre assinantes pagos (número não revelado pela empresa) e gratuitos, os espectadores consumiram neste ano 6,3 bilhões de minutos de vídeo, ou, para dar uma ideia mais clara, 12 mil anos de conteúdos. Ao longo de 2016 a plataforma acumulou 65 milhões de usuários únicos (que acessaram o serviço ao menos uma vez), e uma média de 14 milhões de usuários mensais. O aplicativo teve 9,5 milhões de downloads, e segundo o datafolha o app é conhecido por 60% dos brasileiros acima de 16 anos.

Segundo o diretor de mídias digitais da Globo, Erick Bretas, em apresentação à imprensa nesta quarta,9, três quartos do consumo é de vídeos sob demanda, contra um quarto de vídeos ao vivo (simulcasting). Vale lembrar que hoje a transmissão ao vivo do conteúdo linear está disponível apenas em quatro regiões: SP. RJ, MG e DF, com possível expansão em breve para Recife. Bretas nota, ainda, que dependendo do contexto estes números podem mudar. "Nas Olimpíadas por exemplo o streaming representou metade do consumo", diz.

O executivo conta que a plataforma vem passando por algumas inovações. "Nunca está pronta", diz. "O desenvolvimento é permanente". Entre as novidades estão o suporte ao Chromecast e funcionalidades como o "Continue assistindo" (permite interromper a visualização em um device e continuar mais tarde em outro dispositivo do ponto em que parou) e "No seu tempo", que pergunta ao usuário quanto tempo disponível ele tem, e monta uma playlist de programas adequados. Outras funções, como "Assistir mais tarde" e "Favoritos", também estão no mapa, e muitas novidades devem estar disponíveis já no primeiro trimestre de 2017.

Outra inovação em teste no campo da usabilidade com o uso de big data é a aba "Mais falados". A plataforma monitora automaticamente os últimos 30 minutos das redes sociais sobre as cenas mais comentadas, sem juízo de sentimentos. Uma ferramenta de inteligência artificial "entende" os temas citados e cria uma playlist no Globo Play com as cenas e assuntos mais comentados do momento, seja uma cena de novela, uma notícia ou um gol.

Erick Bretas e Amauri Soares, da Globo

Erick Bretas e Amauri Soares, da Globo

A plataforma também terá uma nova "home page" nas smarTVs. Foi identificado que o público achava a navegação por menus um pouco confusa, então será adotado um formato de grid, com as categorias de programas apresentadas verticalmente.

Conteúdo

As novelas lideram as visualizações na plataforma. Segundo o diretor de programação da Globo, Amauri Soares, os programas mais vistos no período foram "Totalmente demais", "Êta mundo bom", "Velho Chico", "Haja coração" e "A regra do jogo". "Uma boa história é boa em qualquer plataforma. Os programas que têm melhor desempenho na TV repetem essa performance no player", diz Soares. "A dramaturgia é mobilizadora", conclui.

Parte da estratégia da Globo Play anunciada desde seu lançamento, as modalidades de "digital first" e "digital only" aconteceram algumas vezes ao longo do ano. No primeiro exemplo, a série "Justiça" teve seus quatro primeiros episódios exibidos online antes da exibição na TV. Da mesma maneira, a superprodução "Supermax" foi o primeiro caso de "binge watching" da história da Globo, com a estreia no player de 11 dos 12 episódios antes da exibição na TV. "Só não colocamos o último para evitar os spoilers", conta Soares.

Já a modalidade de "digital only", conteúdos exibidos apenas no online, houve exemplos como "Totalmente sem noção demais", com dez a episódios inéditos após o fim da novela. "Os autores se interessaram e abraçaram essa possibilidade", conta Soares.

"Liberdade, Liberdade" teve como extensão online um spin-off de oito episódios chamado "A lenda do mão de luva", enquanto em "Haja coração" a plataforma exibiu uma história paralela durante a própria novela, também com oito episódios. "Supermax" ganhou nove episódios de "Supermax por dentro", especial sobre teorias da trama.

Entre as próximas produções que terão este tipo de experimentação online estão "Aldo" (série baseada no filme sobre o lutador José Aldo", "Dois Irmãos" (adaptação do livro de Milton Hatoum), "Cidade do Homens" (nova série que mostra os filhos dos personagens Laranjinha e Acerola, agora adultos) e "Brasil a Bordo".

Formatos

Além de permitir este tipo de teste com as janelas de exibição, o Globo Play também é a plataforma da Globo para a oferta de inovações tecnológicas, como o 4K e o 4K HDR.  Embora a maior parte do consumo seja feita hoje ainda em desktops, as smarTVs são de extrema importância para a emissora, pois nelas o tempo de consumo é maior, conta o diretor de tecnologia, Raymundo Barros. Em 2017 55% das TVs comercializadas serão smart, e 18% com 4K, conta. Em 2016 a plataforma fez transmissões experimentais de jogos ao vivo, durante as Olimpíadas, em 4K HDR e lançou séries como "Dupla Identidade" com finalização refeita para a tecnologia.

A Globo também vem ampliando as soluções para AndroidTV, plataforma cada vez mais utilizada pelos fabricantes, e fechou acordo para distribuição nas TVs TCL, trazidas ao Brasil pela Semp Toshiba. O acordo inclui pela primeira vez a inclusão de um botão no controle remoto levando direto ao app da Globo.

Eduardo Becker, diretor de comercialização de mídias digitais da Globo, falou na apresentação sobre os novos formatos comerciais sendo explorados pela plataforma. Inicialmente, conta, havia somente o pre-roll, vídeo curto antes de cada conteúdo. Agora a Globo investe em formatos como o webmerchan (colocação de produtos nos vídeos online), branded content e mid-roll (vídeos inseridos no meio da programação).

"No spin-off digital de 'Haja coração' tivemosduas ações de webmerchan da Fiat, e em 'Totalmente sem noção demais', com mais de 4 milhões views, uma ação da Risque (esmaltes) com três inserções", conta Becker.

Futuro

Bretas deu ainda um panorama de possíveis implementações no futuro da plataforma. "Nem todas serão feitas, mas são campos em que estamos experimentando", disse.

Uma tendência é a de se caminhar para um uso híbrido entre o ao vivo e o on-demand. Em um vídeo de exemplo exibido aos jornalistas, um usuário começa a ver um programa em casa quando acorda, continua no trem de onde parou, acompanha o jornal ao vivo na hora do almoço e à noite em casa, com mais calma, consome conteúdos on-demand. Enquanto isso, pode ser interrompido pelo aviso de que o jogo de seu time vai começar, ou combinar de assistir o mesmo episódios de uma série com seus amigos simultaneamente.

O tema da interatividade, em voga até o início dos anos 2000, volta à tona, com nova cara. Menos focado em atividades como e-commerce, o digital, na visão apresentada pela Globo, pode enriquecer a experiência de ver TV, ou seja, mantendo os olhos do espectador naquilo que interessa a uma emissora: o conteúdo e a publicidade.

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