Publicidade e serviços online sentem a pressão da era pós-Snowden

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A publicidade online está diretamente ligada à questão da privacidade dos dados dos usuários e informações sobre a atividade realizada nas diferentes aplicações. E esse foi o principal problema colocado nas discussões sobre marketing e publicidade com a multiplicação dos dispositivos conectados. Em uma discussão entre o CEO do Twitter, Dick Costolo, e o presidente da Publicis, o maior grupo de agências de publicidade do mundo, Maurice Levy, o tema tomou boa parte das atenções.

Levy, que é francês, lembrou que um dos grandes desafios que as marcas e as plataformas digitais já enfrentam nesse debate são os parâmetros legais e culturais aceitos em cada país. Ele lembrou que a França, desde a década de 70, proíbe qualquer tipo de solicitação de informações referentes a raça ou religião, e que hoje essa é a prática na Europa. "É um princípio que decorre de um trauma de guerra. Não é algo flexível", disse.

A ideia de que existe um "trade off" entre aquilo que é oferecido aos clientes e aquilo que o provedor de conteúdos pode ter de informações e o uso que pode fazer também foi questionada.

Para Costolo, hoje todos os principais players oferecem plataformas seguras de troca de dados privados e também estabelecem políticas bem claras de compartilhamento e de não-rastreamento. Mas não se sabe se isso vai ser suficiente: "privacidade é um assunto muito sério e isso desse ver levado em consideração. Após o Snowden, ficou mais complicado, porque as pessoas perceberam o tamanho e a gravidade do problema", disse Levy. Ele lembra ainda que o consumidor não quer perder informações, oportunidades, relações e ofertas que são oferecidas online. "Mas ele também não quer ser sobrecarregado de informação".

Outro ponto que ambos concordam é o fato de que os novos players do universo digital agregam uma variável complexa ao processo de marketing. Ao mesmo tempo em que são produtores de conteúdo, esses players, como Google, Facebook, Twitter etc., são também os provedores das informações que precisam ser analisadas pelas marcas e ainda donas das ferramentas de distribuição.

Na terça, dia 7, a CEO do Yahoo, Marissa Meyer, anunciou a nova plataforma digital de gerenciamento de publicidade online da empresa, que pretende abrir a possibilidade de controle de inventários não apenas nos próprios serviços do Yahoo, mas também de outros canais digitais. Ficou claro na participação de Marissa que a estratégia do Yahoo é reforçar a sua presença no segmento de publicidade online por meio de conteúdos, e não mais pela plataforma de buscas.

1 COMENTÁRIO

  1. "trade off" é o escambau! Tudo ligado com publicidade acham que é impossível de ser retratado em palavras em Português, mesmo esta sendo uma língua muito mais completa e que muitas vezes tem já o termo numa forma muito mais sucinta do que o mesmo cunhado à partir de uma combinação sem sentido em Inglês.
    E baseada em quê, diabos, é a afirmação que "o consumidore [de serviços eletrônicos] não quer perder informações, oportunidades, relações e ofertas que são oferecidas online"? Talvez no contrato de algumas muitas páginas, realmente muito claro, que ninguém lê haja um trecho em que diz: "estamos te bisbilhotando pois sabemos que você não quer perder ofertas, propagandas, etc." e todos clicam Concordo.
    Sugiro um real jornalismo e que façam uma pesquisa sobre o porquê de não serem todos que abandonaram os grandes prestadores destes serviços. Imagino que sejam razões como não ligarem muito para estas notícias; conformismo que o mundo é assim mesmo; falta de opções verdadeiramente seguras (e não aproveitando a onda); dificuldade de convencer seus contatos a migrarem também.

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