O que a Seleção de Tite e a análise de informações podem ensinar ao Varejo Brasileiro

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Após dois anos de turbulências, iniciadas no traumatizante 7×1 contra a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, a Seleção Brasileira reencontrou seu melhor futebol e o caminho das vitórias com a chegada de um novo treinador, Adenor Bachi, o Tite. Com um perfil agregador, incentivador e estudioso, o novo técnico modernizou o time nacional dentro e fora de campo, valendo-se da análise de relatórios de performances dos jogadores e dos adversários para armar sua equipe. A mudança foi drástica, e com oito vitórias em oito jogos, o Brasil foi o primeiro país a garantir dentro das quatro linhas a classificação para o Mundial na Rússia em 2018.

O sucesso da equipe Canarinho em sua fase atual utilizando a análise de informações tem muito a ensinar ao Varejo atualmente, que passa por um processo de transição e atualização para sair da temerosa crise. Hoje, muitos estabelecimentos investem em tecnologia para identificar e analisar o comportamento do visitante, a fim de adquirir informações estratégicas valiosas para a melhoria do desempenho. Absorvendo algumas lições que podem ser apreendidas com a atual fase da nossa Seleção, listo algumas observações:

Planejamento – Preparar-se com antecedência sobre o que precisa ser feito é primordial para qualquer tipo de negócio. Da mesma forma que o treinador estudou taticamente os adversários e montou um time com jogadores de sua confiança para melhorar o entrosamento, o varejo precisa definir com antecedência e dentro de seu orçamento quais ferramentas tecnológicas deve investir para o aumento da produtividade. A análise de fluxo é uma delas e tem se tornado fundamental para entender o fluxo de pessoas nas lojas e, principalmente, sua taxa de conversão. Afinal, cada venda realizada é um gol marcado.

Performance – A comissão técnica da Seleção utiliza ferramentas de Big Data para analisar scouts (estatísticas) individuais, da equipe e dos adversários, como chutes a gol, passes certos e errados, distância percorrida por jogador e até em quais cantos os principais atletas costumam bater pênaltis. Com a analytics no varejo físico, o gestor consegue visualizar quantos consumidores entram na loja, qual seu tempo de permanência, com que frequência retornam e quantos de fato compram. Em ambos os casos, contar com essas informações permitem a realização de ações para corrigir erros e aumentar resultados, como nos amistosos mais recentes, quando o Brasil se recuperou de sua primeira derrota sob novo comando, para a Argentina, com uma goleada em seguida sobre a Austrália.

Mapeamento – A tecnologia fora de campo já está tão avançada no futebol que exames clínicos são realizados após os jogos para verificar a probabilidade de lesão muscular de cada jogador. Além disso, existe o mapeamento do time em zonas de calor dentro de campo, em que áreas cada atleta costuma correr, da mesma forma que é possível analisar quais são os corredores e gôndolas mais populares no estabelecimento físico. Esse tipo de levantamento é importante para reposicionar os vendedores ou os produtos de forma estratégica, por exemplo.

Atratividade – Com um futebol bonito e vitórias consecutivas, a Seleção Brasileira resgatou a paixão do torcedor, que voltou a ter gosto em assistir às partidas e se identificar com os craques que atuam fora do país. Na loja, a taxa de atratividade – número de pessoas que entram no estabelecimento – é um dos grandes medidores do sucesso do negócio. Portanto, uma vitrine interessante, com produtos relevantes e bons preços, e uma experiência de compra agradável são artifícios essenciais para atrair e fidelizar o cliente, aumentando as vendas.

Walter Sabini Junior, sócio fundador da FX Retail Analytics.

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