A rápida transformação digital das organizações é inegável. Mais de 80% das empresas latino-americanas admitem, em recente estudo elaborado pelo Centro de Transformação Digital do gA, ter adquirido novas tecnologias para impulsionar seus negócios e assim poderem crescer no novo cenário. No entanto, apenas 20% obtiveram um retorno positivo em decorrência deste investimento.
A incorporação de novas tecnologias é necessária para iniciar a jornada para o mundo digital. Mas a sua adoção deve ser acompanhada por uma transformação cultural e um compromisso de criar valor no novo ambiente digital.
O paradigma de implementar tecnologias em processos com a promessa de melhorar os resultados de uma organização já é coisa do passado. Não há tempo para analisar, projetar ou construir soluções que, quando implementadas, não sejam mais funcionais para os negócios. Em vez disso, hoje é necessário entender o que cada empresa precisa de fato, processar uma enorme quantidade de informações, conseguir transformar a capacidade operacional dos processos e adotar as mudanças no prazo. Tudo simultaneamente, em um ciclo contínuo.Para isso são necessários:
– Conhecer a verdadeira face do processo: Hoje, processos altamente sistematizados deixam impressões digitais que revelam o verdadeiro comportamento do negócio. As pesquisas tradicionais baseiam-se no conhecimento e na opinião de seus analistas e participantes. Atualmente, os algoritmos de Process Mining permitem aplicar Inteligência para encontrar problemas (gargalos, desvios) com total transparência e objetividade, permitindo corrigir e melhorar os processos em tempo real.
– Acelerar a mudança da Inteligência Artificial: Quando o conhecimento não é compartilhado, a parte perde tudo. Os métodos tradicionais de treinamento, como documentação, portais de informação e capacitação, devem ser acompanhados por assistentes digitais. Estes, de forma natural e amigável, ajudam a disseminar informações e lições sobre os processos e seus regulamentos em tempo real, aprendendo com a interação com os usuários.
– Robotize para potencializar: Sistemas complexos suportam processos que, se não integrados, geram cargas operacionais que desperdiçam tempo e talento. Hoje existe a possibilidade de o dono do processo adotar sua robotização e facilitar as melhorias e a redução do tempo nas tarefas.
Mas isso não é suficiente. A tecnologia parece ser um atalho, mas o ponto-chave dessa rota está no gerenciamento da mudança e do fator humano.Além disso, a cultura de uma empresa deve ser um facilitador em todo o conjunto da transformação digital. Caso contrário, você pode se tornar o bloqueador principal. É necessário garantir que a mudança cruze toda a empresa e seja compartilhada de ponta a ponta. A tecnologia implementada pode ser a melhor, mas se não for acompanhada internamente com a gestão do talento humano e seu entendimento, será inútil.
Não participar do processo de digitalização não é mais uma opção. Escolher uma posição digital clara é uma oportunidade; não fazendo isso, um risco.
Carlos Henrique Marques, diretor do gA Brasil.