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Governança e transparência devem estar impregnadas na cultura das empresas

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Encerrando o ESG Fórum 2023, promovido pela TI INSIDE, nesta quarta 1o de fevereiro,  o tema abordou a questão da Governança  e seus desafios,  o pilar de ESG que mais implicações afeta a gestão das organizações. Para  uma empresa  desenvolver e implementar práticas de negócios que alinhem lucro, propósito e transparência é preciso muito mais que  um bom projeto, segundo os painelistas do ESG Fórum é ir além e ter a Governança como princípio de todas as ações.

Duilio Novaes, Chief Compliance and Privacy Officer da Oi  diz que a Governança deve ser encarada no  sentido mais  amplo da palavra quando se refere a ESG. Conforme registrou, práticas de gestão, controle , gestão de riscos, compliance,  combate a fraudes e corrupção, além de  esforços no sentido de conciliar lucro e propósitos dentro do espectro do ESG são o suporte para todas as demais ações das organizações voltadas para o desenvolvimento social e ambiental, no sentido corporativo .

Nesta mesma  trilha, Carolina Maestri, diretora de ESG e EHS da Odata, empresa de Data Center com clientes globais,  reforça  a importância da governança,  ou  melhor, a falta dela, como  a centelha  que possibilita que  desastres e riscos de várias ordens venham a acontecer, tais como vazamento de dados, desastres ecológicos, fraudes, entre outros males.

Segundo ela, a transparência para o  mercado mesmo a organização incorporando  certificações, normas, frameworks globais  não é suficiente  se não houver transparência  na cultura da integridade e segurança.   Para ela,  isso se obtém ao dar  voz dos stakeholders  e realizar uma gestão de risco integrada , de forma madura seja na prevenção d e riscos  quanto  na continuidade de negócios e para isso usou como exemplos os casos famosos nos últimos anos como da Vale em Brumadinho,  o vazamento de dados de cartões de crédito de várias bandeiras e agentes financeiros e  mais recentemente  o rombo financeiro das Lojas Americanas.

Mas como  reforçou Fernanda Braz, vice-presidente de Estratégia, Analytics e Operações da Mastercard Brasil,  o tema  governança está presente na agenda das empresas, entretanto  o grande ganho, como ela percebe, na transição do capitalismo foi a transposição das responsabilidades também para a  cadeia dos  stakeholders.  Como ela disse, a grande reflexão sobre as bases  ESG  nas  empresas  é se estes pilares fazem ou não parte da  cultura das companhias.  “ESG não é um projeto de uma área , deve estar no DNA da organização e nas veias dos executivos, estratégias, métricas e execução. ESG são pessoas e para se ter sucesso deve olhar sobre elas”, sentenciou.

De toda sua experiência tanto no setor privado, quanto governamental, Anatricia Borges, diretora da área de Stakeholders Management da LLYC Brasil, vê algo singular na governança já que segundo sua análise ela dá ressignificação à palavra cuidado e com o que hoje entendemos como transparência.

Para a especialista, precisamos introjetar a cultura de transparência nas empresas, a fim de possibilitar que  a governança tenha um lugar de mais destaque  visto seu impacto social no mundo externo  e interno,  na geração de valor para acionistas, no impacto social da empresa na sociedade.

Gestão de riscos

O segundo painel do dia do Fórum ESG, possibilitou uma discussão sobre a gestão de riscos. Conforme colocou Hudson Couto, coordenador da área de Compliance, Gestão de Riscos e Crises do escritório Marcelo Tostes Advogados, não dá para se pensar em gestão de riscos sem dissociar seu papel na  sustentabilidade dos negócios. Para ele, a gestão e os negócios  são nortes que as empresas buscarem a fim de  gerar de valor através do tempo e com isso permanecerem lucrativas.  “O ESG  conecta e é  a matéria prima que apoia o lucro e geração de valor das empresas. Neste papel de matéria prima a governança funciona como um índice que dá ao público esta percepção de valor, de  identidade e  da sua reputação”, afirmou.  Para o especialista, os riscos sempre vão existir e  vamos conviver com eles nas empresas, mas os protocolos de segurança e a capacidade de comunicação  devem ser usados como ferramenta de manutenção da saúde financeira das instituições.

Da mesma forma, André Regazzini, líder da prática de ITSM e Governança, Risco e Compliance da Daryus,  concorda que na governança, dentro do conceito ESG,  é sustentável se houver a cultura de buscar esta  coerência com objetivo de dar confiança ao que se faz e dar perspectivas onde se quer chegar .

Para a advogada especializada, Letícia Málaga, Sócia e Diretora Executiva do Peck Advogados, a governança não existe  independente de um processo, sendo a consequência de sua existência na sociedade pode  danosa ou desastrosa ou altamente benéfica.

Ela destacou que hoje as discussões nacionais estão caminhando para sistemas de regulação e métricas que  já demonstra o engajamento  de vários entes  como por exemplo, o Banco Central que toma estes parâmetros ESG  com indicadores  para transformação na área financeira como como um setor  sustentável.

Boas práticas

Encerrando a rodada de palestras do ESG Fórum  2023, a execução dos projetos de governança e suas boas práticas  de inovação, plataformas, software, segurança e sua interlocução com a tecnologia  mostram -se essenciais para o objetivo sustentável das empresas.

E exatamente neste sentido, como  relatou, Marcelo Oliveira, diretor de tecnologia do Agibank  ao atrelar o ESG à pauta de inovação e tecnologia que a experiência do banco teve um crescimento bastante diferenciado no mercado nacional.  Ele explicou que  pelas suas caraterísticas de ser banco digital  cujo objetivo era de  atender com  bancarização, uma gama da população que se encontrava entre as classes econômicas mais carentes e de baixa escolaridade, a influência do ESG  desde sua concepção foi um acerto na criação do banco.

Como explicou, o público do banco pelas suas características buscava o entendimento, o acolhimento e a simplicidade  para poder  ter acesso a um banco e seus produtos integrando-se a isso plataformas tecnológicas simples e intuitivas elevou-os à categoria de case de sucesso.  Como reforçou, a humanização do cliente não  é dissonante da lógica de ter um retorno financeiro, em especial apoiado na tecnologia e nos pilares do ESG.

Por isso, como reiterou Guilherme Barreiro, diretor Geral na Nextios, empresa da Locaweb Company, os compromissos ESG estão basicamente ligados à transformação digital responsável e cita que o uso das nuvens pública, no caso dos usuários tradicionais de data centers que se utilizam de energias sujas, não renováveis, ao trocarem serviços em empresas preparadas energeticamente para este tipo de serviço, já estão fazendo mais pela comunidade  do que poupar em pequenos projetos pontuais.  Como reforçou a troca de experiências, em empresas que oferecem serviços de energia limpa e renovável, por exemplo,  que geram menos impactos ao meio ambiente e estão atentas ao S e ao G, transformam  todo um segmento em cadeia.

O que aconteceu no  caso da Globant Brasil , inicialmente mais ligada à tecnologia tradicional no desenvolvimento de softwares para transformação de negócios que foi se transformando nas pegadas do ESG aos longos dos anos para  uma evolução de forma sustentável com baseadas em tecnologia verde.

Como ressaltou  Javier do Porto, gerente do Centro de Desenvolvimento de Talentos , as práticas de ESG  da companhia,   os efeitos dessa mudança de prisma não se deram apenas internamente nas pessoas  da companhia mas se estendeu como a cultura dos entre  seus clientes, fornecedores e terceiros.

Finalizando o último painel, Thaiany Assad, diretora Corporativa e ESG da Vulcabras, tradicional empresa brasileira da área de marcas desportivas, mostrou como todo o ciclo industrial da empresa e seus colaboradores  vem durante os anos crescendo dentro do espectro ESG, desde o uso de energia limpa como a eólica, até o reuso de materiais e água, economia circular, dando uma característica única a sua produção.  Como empresa ligada de muitas formas ao esporte, ela contou das várias iniciativas de capacitação, incentivo aos esportes em geral como também aos desenvolvimentos de novas tecnologias no ramo calçadista  como a criação de calçados ultra leves e resistentes para corrida com solados de grafeno.

“Para sermos uma empresa competitiva, especialmente diante do mercado asiático, a inovação, tecnologia e  o ESG  devem estar impregnados no nosso DNA e é assim que está sendo feito”, finalizou.

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