A adoção de nuvem pela a indústria 4.0 foi um fator decisivo para impulsionar a transformação digital acelerando a adoção de Sistemas de Execução de Manufatura – mais conhecidos como MES (Manufacturing Execution Systems), segundo estudo desenvolvido pela Accenture
Rafael Neitzel, líder da prática de Recursos Naturais da Accenture, ressalta que a adoção de sistemas industriais hospedados na nuvem tem se expandido há anos e cresceu muito pelo contexto da pandemia. “Até 2025, estima-se que 60% das novas soluções MES serão construídas utilizando plataformas de tecnologias combináveis, muitas vezes nativas em nuvem”.
Muitos setores, como indústria farmacêutica, automotiva, eletrônica e aeroespacial, estão liderando a implantação de soluções MES, mas o potencial é muito maior, pois outros setores ainda estão inseguros quanto às tecnologias envolvidas ou a metodologia a ser utilizada nesta jornada de migração para a nuvem.
Christian Souza, gerente sênior da Accenture Industry X, explica que o MES consolida e dá contexto aos dados que alimentam modelos de machine learning, simuladores, otimizadores e outras formas de inteligência artificial, resultando em dados que se transformam em inteligência de negócio, facilitando a previsibilidade para tomada de decisão, flexibilidade e agilidade no planejamento da produção, trazendo como consequência melhor produtividade, eficiência operacional e redução de custos.
O MES na nuvem tem vantagens técnicas adicionais como integração e correlação de dados; coleta de dados de sensores IIoT (Internet das Coisas Industrias); fácil habilitação de plataformas analíticas e de Inteligência Artificial e aceita o uso de ferramentas low-code e no-code.
Outros benefícios dos MES em nuvem
Neitzel acrescenta que a o uso da MES na nuvem permite quebrar os silos, integrando dados de diferentes sistemas de manufatura, inclusive entre plantas de diferentes localidades, reduzindo custos e aumentado a produtividade.
O estudo da Accenture mostra que para aquelas empresas que já adotam sistemas MES na nuvem, os principais resultados reportados passam por melhoras no planejamento da produção, na qualidade do produto, otimização da utilização de recursos e no aumento da segurança.
Com a expansão de provedores de Edge Computing, até por conta da chegada do 5G, mesmo em situações de descontinuidade na comunicação o MES permitem que funcionalidades críticas sejam executadas localmente.
Outras vantagens que a nuvem propícia é a rápida implantação do MES, que permite às equipes de TI que realizem outras atividades de maior valor agregado, além de habilitar cenários antes inviáveis.
Souza explica ainda as vantagens da plataforma na nuvem garante riscos, ao manter a segurança constantemente atualizada pelo provedor, que inclui recursos de recuperação em eventuais desastres.
Para os executivos, essas vantagens propiciam às empresas investir na melhoria e qualidade da produção, agregando Inteligência Artificial e correlacionando dados integrados, para inclusive atender a demanda de cada cliente individualmente.
Eles enfatizem que esse é o caminho natural da transição para a Indústria 4.0 ao eliminar arquiteturas estanques e com infraestrutura local que demandam altos custos e esforços de manutenção e não são tão seguras comparadas às baseadas na nuvem, além de não se ter a necessidade de mão de obra especializada.
“Já existem metodologias consolidadas para trilhar a jornada rumo ao MES do Futuro, garantindo mínimo risco para as operações no cenário transitório”, finaliza Neitzel.
