Com a Internet das Coisas, o setor de serviços, que hoje representa 72% do PIB nacional, deverá puxar a demanda e o crescimento da indústria, revertendo a lógica atual. É o que afirma o executivo-chefe de Negócios do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), Eduardo Peixoto. Segundo ele, o futuro será marcado por produtos intensivos em serviços. “Se as indústrias não caminharem nessa direção, se tornarão comoditizadas”, alertou durante evento da Abinee.
Ele destacou que a IoT abre uma série de oportunidades para novos profissionais, novas plataformas de softwares e para as empresas que souberem acompanhar o novo cenário. Citando o exemplo da manufatura avançada, Peixoto destacou que as novas tecnologias não podem ser vistas apenas como uma forma de redução de custos. “Vão gerar ganhos para a indústria, mas a grande revolução será o surgimento de novos produtos e de um novo padrão de produção.”
Peixoto apresentou o estudo PoETAS.IT (Políticas e Estratégias para Tecnologias, Aplicações e Serviços para a Internet de Tudo). Produzido em conjunto pelo CESAR, em parceria com o TecnoPuc (Parque Científico e Tecnológico da PUCRS), o NGPD (Núcleo de Gestão do PortoDigital), a Porto Marinho e o CIFS (um think tank dinamarquês, instituição ligada à produção e difusão de conhecimento), o documento apresenta uma série de estratégias para políticas públicas para o incentivo à difusão da IoT no Brasil. “Nada do que pensarmos agora será definitivo. Muitas tecnologias ainda vão surgir, mas tentamos mirar alguns caminhos possíveis nesse estudo”, explicou.
O PoETAS.IT foi construído sob licença creative commons, ou seja, desde sua concepção foi pensado para ser um documento aberto à sociedade para que possa evoluir e ser implementado por qualquer cidade ou país do mundo.