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Equidade de gênero no mundo tech: nós, mulheres, somos a nossa própria inspiração

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Apesar de tantas conquistas históricas e o legado de mulheres extraordinárias como Ada Lovelace, Mary Jackson e Carol Shaw, apenas para citar alguns exemplos, a luta por direitos e a busca de soluções para a equidade de gênero no mercado de trabalho ainda são temas presentes na agenda do dia de muitas organizações. Uma realidade que desafia não só o Brasil, mas o mundo todo, sobretudo quando olhamos para o setor de tecnologia, formado majoritariamente por homens.

A equação que não fecha é composta por diversos fatores que contribuem para a desigualdade, como falta de incentivo e oportunidades para as mulheres adentrarem ao universo da tecnologia e, posteriormente assumirem posições de liderança, preconceito, assédio, diferenças salariais, entre outros.

Os números mostram que o caminho a percorrer ainda é longo. No Brasil, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o CAGED, do governo federal, indica que, nos últimos cinco anos, até 2022, houve um aumento de 60% de mulheres no setor de tecnologia. Porém, olhando o segmento com mais atenção, descobrimos que a presença feminina ainda responde por apenas 12,3% das vagas no setor, enquanto os homens seguem líderes com 83,3% deste mercado.

No mercado de trabalho em geral, os salários das colaboradoras seguem a mesma linha da disparidade. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra que a diferença dos ganhos chegou a 22% em 2022. Na prática, significa que uma brasileira recebe, em média, 78% do que ganha um homem.

Outro dado que corrobora esse cenário é do Sistema Estadual de Análise de Dados, Fundação Seade, que mostra que, mesmo sendo mais escolarizadas, o rendimento das mulheres não negras, por hora, é de R$ 22,09. Entre os homens não negros, o valor é de R$ 27,15.

A luta contra a desigualdade de gênero deve ser travada desde a raiz, eliminando as barreiras do abismo digital entre meninos e meninas. De acordo com um relatório da ONU, cerca de 90% das mulheres jovens e adolescentes nos países mais pobres do mundo não têm acesso à internet.

A falta de acesso e a disparidade entre o número de meninos e meninas sem conexão favorece que as mulheres fiquem economicamente para trás em um mundo cada vez mais conectado e tecnológico. Segundo o Unicef, 65 milhões de mulheres de 15 a 24 anos não têm acesso à internet, enquanto os homens nas mesmas condições são 57 milhões.

Acredito firmemente que a inclusão de mulheres na tecnologia é crucial para garantir a diversidade e a representatividade de um setor vital para a economia e o progresso da humanidade, enquanto sociedade.

No cargo de CEO que ocupo hoje, líder de uma empresa global em tecnologia, que possibilita que homens e mulheres que atuam no setor possam encontrar uma vaga de trabalho em locais promissores, consigo observar o quanto a força feminina pode impulsionar as demais.

Pessoalmente, sinto um grande orgulho por fazer parte de uma empresa que valoriza diferentes origens e perspectivas e tem 40% da liderança formada por mulheres. Promover a liderança em tecnologia é uma responsabilidade coletiva e que se fortalece ao começar dentro de casa, com o nosso exemplo.

A dedicação da Nearsure à igualdade de gênero perpassa diversas ações orientadas à comunidade tecnológica. Dentre elas, destaco a nossa parceria com a MediaChicas, organização sem fins lucrativos que trabalha pela inclusão de mulheres na tecnologia na América Latina. Com ela oferecemos bolsas de cursos que proporcionam educação para mulheres que desejam ingressar na área de tecnologia. Mais de 200 bolsas de estudo são concedidas a mulheres latino-americanas, capacitando-as com oportunidades neste setor.

As conexões femininas trazem vantagens, empoderamento e suporte. As redes das mulheres são criadas e, a partir delas, é possível crescer e, ao mesmo tempo, diminuir desafios. As descobertas de histórias similares geram identificação e empatia.
Estamos em plena construção de uma identidade profissional e social, que vai fazer com que os números citados aqui sejam minimizados. Para isso, fomentar a inclusão de mais mulheres na ciência, tecnologia, engenharia e outras áreas correlatas é para ontem, pois o futuro já chegou. Nós, mulheres, somos a nossa própria inspiração.

Giuliana Corbo, CEO da Nearsure.

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