Publicidade
Início Blogueria Fragmentação Digital – Uma ameaça direta à inovação e ao crescimento

Fragmentação Digital – Uma ameaça direta à inovação e ao crescimento

0
Publicidade

Muitas empresas estão trabalhando para se adaptar a um mundo que será restrito por fronteiras nacionais, com políticas e legislações que permitem maior controle interno sobre o fluxo internacional de produtos, serviços, capital, pessoas e dados. Essa fragmentação digital representa uma ameaça à expansão e ao progresso digital, uma vez que restringe a forma como as empresas superam, e já está forçando algumas a rever seus planos de expansão internacional.

Essa questão é bastante reconhecida pelo C-Level –  90% dos CIOs e CTOs com os quais conversamos[i] confirmaram que essa disrupção deve começar a impactar negativamente sua forma de operar nos próximos três anos. Quase três quartos dos 400 executivos entrevistados admitem ser provável que suas empresas saiam de um mercado, e até mesmo posterguem ou abandonem planos de entrar em novos nesse mesmo prazo, por conta da fragmentação digital.

Isso forçará as empresas a fazerem mudanças estruturais fundamentais em seus planos estratégicos e operacionais e em inúmeras iniciativas, como recrutamento de talentos na área de TI; arquitetura global de TI; estratégia de localização física de TI e segurança cibernética entre outras. Se, conforme previsto, os governos nacionais aumentarem seu controle sobre os dados dentro do país e também sobre o fluxo de dados entre fronteiras, as empresas terão de reconsiderar o uso de processos globais de negócios baseados no livre fluxo de dados e de tecnologia, aumentando ainda mais a fragmentação digital.

A ameaça resultante da fragmentação digital deve impactar também o crescimento e inovação. Vendas, marketing e P&D são áreas de negócio igualmente vulneráveis às restrições ao livre fluxo de dados. Os sistemas de análise e rastreamento de clientes, fundamentais para o crescimento e a inovação digital, também estão ameaçados. Tendo em vista a variedade e dimensão dos impactos previstos, os executivos estão começando a buscar formas de amenizar as consequências da fragmentação digital.

Uma consequência de suas ações é que provavelmente veremos um aumento na adoção de tecnologias robóticas e de inteligência artificial, uma vez que as empresas passam a investir mais em automação para superar as restrições trabalhistas. As companhias também estão reorganizando suas arquiteturas globais de TI e estruturas de governança, enquanto algumas organizações estão regionalizando suas estratégias, processos e infraestruturas de TI – e um número maior ainda está considerando fazer isso.

As medidas tomadas pelos executivos no curto prazo determinarão a rapidez com que esse conjunto de desafios identificados será superado. Muitos começaram a planejar cenários à medida que tentam entender possíveis resultados, mas é preciso fazer mais. Eles precisam rever e reavaliar todas as questões relevantes, entre as quais, a presença geográfica da empresa, assim como os investimentos são alocados nos mercados, a distribuição de funções globais e atividades de TI importantes, estratégia e capacidades de segurança cibernética, bem como o nível de preparação da organização para se adaptar às novas legislações. Isso pode ajudar a reduzir o impacto da fragmentação econômica em seu negócio.

Também é necessário amenizar o potencial impacto na tecnologia. Restrições ao fluxo de dados poderiam impactar a estrutura ideal para modelos de nuvem pública, privada e híbrida. Como já mencionado, as novas tecnologias – como a inteligência artificial – poderiam ajudar a solucionar restrições à migração de talentos, mas a Accenture acredita que elas também podem ajudar as empresas a lidarem com regimes regulatórios cada vez mais complexos. Além disso, o blockchain pode oferecer soluções para um ambiente tecnológico forçado a se isolar nacionalmente, fornecendo sistemas mais seguros, descentralizados e distribuídos para proteção de dados e riscos de segurança cibernética. 

Por fim, os fluxos de informação necessários para decisões gerenciais e operações empresariais importantes – especialmente onde a tecnologia digital está no core do produto ou serviço ofertado pela companhia – precisam ser protegidos da disrupção. As empresas precisam avaliar como serão afetadas pelos novos regulamentos para dados; e em termos de armazenamento de dados, precisam rever onde e como manter diferentes tipos de dados.

A discussão sobre a fragmentação digital está frequentemente presente nas agendas do C-Level. De fato, 80% das empresas pesquisadas já a incluíram em seu planejamento estratégico e acreditamos que o tema se tornará um item permanente no cenário global de TI por alguns anos. A boa notícia é que quase um quarto das empresas possui ações de planejamento exclusivas para tratar desse desafio.

Entretanto, as empresas precisam passar do planejamento à ação concreta agora, se quiserem alcançar suas aspirações digitais nesse novo ambiente de negócios.

Omar Abbosh, Chief Strategy Officer da Accenture

[i] [Accenture TechVision 2017 – www.accenture.com/br-pt/insight-disruptive-technology-trends-2017]

 

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Sair da versão mobile