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O papel dos principais KPIs financeiros para startups

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As startups são empresas emergentes com recursos limitados, muitas vezes operando em mercados altamente competitivos e voláteis. Nesse cenário, a gestão financeira eficaz é crucial para a sobrevivência e o crescimento da empresa.

Hoje, os KPIs podem fornecer uma estrutura para medir e acompanhar o desempenho financeiro, permitindo que os fundadores tomem decisões informadas e estratégicas. Ao acompanhar esses índices, as startups podem, por exemplo, otimizar suas operações, atrair investidores e garantir sua viabilidade a longo prazo.

Diante desse cenário, os Indicadores-chave de Desempenho (KPIs) financeiros são essenciais para startups e podem ser utilizados para medir e impulsionar o sucesso financeiro dessas empresas em seus estágios iniciais.

Os principais KPIs financeiros para startups

  • Burn Rate (Taxa de Queima de Caixa): mede a rapidez com que a startup está usando seu capital. Uma burn rate muito alta pode indicar insustentabilidade financeira. A queima de caixa é a sua despesa total e, se a startup a possui maior do que a entrada de receitas, ela se torna insustentável no longo prazo. É calculada por meio do total de despesas sobre o total de receitas. Se o valor é superior a 1, significa que a startup está gastando mais do que arrecada.

  • CAC (Custo de Aquisição de Clientes): calcula o custo médio para adquirir um novo cliente. Controlar esse custo é fundamental para manter a eficiência financeira. Calcular o CAC pode ser complexo se a empresa fizer um controle de despesas de S&M (Sales & Marketing) por novo cliente, na ponta do lápis. Isso torna-se difícil quando fazemos ações de marketing (Google patrocinado, posts nas redes sociais, etc) que não são direcionadas para um cliente específico. Neste caso, o melhor é calcular a despesa mensal de S&M e dividir pelo número de novos clientes no mês. Também é importante não esquecer de incluir as despesas de salários do time de S&M nesta conta.

  • LTV (Lifetime Value): representa o valor líquido esperado que um cliente trará ao longo de seu relacionamento com a empresa. Uma alta relação entre LTV e CAC é um sinal de saúde financeira. O LTV pode ser indicado por tempo ou por receita. Por tempo indica quanto tempo o cliente permaneceu na plataforma ou na sua startup. Quando se multiplica isso à receita que ele trouxe nesse tempo, temos o LTV por receita. Quanto maior o LTV (em tempo), mais o cliente gosta dos benefícios que o negócio (produto + serviço) gera para ele, tornando a marca mais sólida e atrativa para os investidores.

  • MRR (Receita Recorrente Mensal): mede a receita gerada de forma rotineira todo mês. É um indicador importante para startups que oferecem serviços por assinatura cujo pagamento é mensal. Deve-se separar essa receita recorrente da receita não recorrente, que é aquela advinda de projetos ou serviços pontuais, pois elas podem distorcer o indicador e mostrar que a empresa está melhor do que realmente deveria.

  • ARR (Receita Recorrente Anual): pode ser que o negócio seja feito por meio de contratos anuais. Desta forma, o ARR mede a receita gerada de forma recorrente todo ano. É um indicador importante para startups que oferecem serviços por assinatura cujo pagamento é anual. Deve ser tratado da mesma forma que o MRR, ou seja, excluindo os projetos pontuais não recorrentes.

  • Churn Rate (Taxa de Rotatividade): mede a perda de clientes ao longo do tempo. Manter a rotatividade baixa é fundamental para um crescimento sustentável. A rotatividade de clientes pode indicar que algo está errado no negócio. É preciso entender os motivos da saída do cliente de forma a corrigir eventuais falhas nos processos de atendimento, Customer Success ou caminhos que o produto está seguindo em desacordo com a demanda do seu mercado. O importante é que o valor perdido de Churn seja agregado à meta de vendas no mês subsequente para equilibrar a meta de acordo com as necessidades financeiras da empresa. Exemplo: se em um determinado mês ocorreu um churn que trazia uma receita recorrente mensal de R$10.000, então a nova meta de vendas para o próximo mês deve agregar esses R$10.000 recorrentes perdidos com a saída do cliente, para manter a projeção de equilíbrio financeiro.

  • Runway (Prazo de Sustentabilidade): calcula quanto tempo a startup pode operar com seu caixa atual antes de precisar de mais financiamento. É muito importante medir esse indicador principalmente para startups que estão no período de Cash Burn com alto Burn Rate. É preciso entender qual o tempo de sustentabilidade do negócio (Runway) considerando o caixa da empresa somado às receitas totais e excluídas as despesas totais. Com isso, é possível calcular quantos meses/anos a empresa se auto sustenta sem aportes externos (seja de investidores, de sócios, ou de empréstimos de terceiros).

  • Gross Margin (Margem Bruta): é a diferença entre a receita e o custo dos produtos ou serviços vendidos. Manter uma margem bruta saudável é crucial para cobrir os custos operacionais, que são aqueles diretamente ligados à operação da startup.

Diante desse cenário, cada startup é única em sua indústria, modelo de negócios e metas. Portanto, é essencial adaptar os KPIs financeiros às necessidades específicas da empresa. Por exemplo, uma startup SaaS (Software as a Service) pode se concentrar mais em MRR e churn rate, enquanto uma startup de hardware pode priorizar o controle de custos de produção.

E acompanhar KPIs financeiras traz diversos benefícios para as startups, como tomada de decisões informadas, identificação rápida de problemas financeiros, comunicação eficaz com investidores, planejamento estratégico mais preciso e transparência para atração de novos investidores.

As KPIs financeiras desempenham um papel crucial no crescimento e sucesso das startups. Por meio da monitorização constante desses indicadores, os fundadores podem ajustar suas estratégias e garantir que a empresa se mantenha no caminho certo para a sustentabilidade financeira.

Ao personalizar os KPIs de acordo com as necessidades da startup, os empreendedores podem otimizar suas operações, atrair investidores e construir um futuro financeiramente sólido para suas empresas.

Adriano Almeida, Chief Operational Officer (adm-fin) da Yapoli.

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