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Uma revolução nos empregos vem por aí. Você está preparado?

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De tempos em tempos o mundo passa por grandes transformações. Estes momentos da humanidade trazem profundas alterações das relações sociais, na composição da cultura e na dinâmica da economia. O maior impacto, não obstante, ocorre no universo dos homens: seus inter relacionamentos, as formas de gerar renda ou valor, no seu legado.

Estamos diante de um período de aceleração do uso da tecnologia nas transações e processos mais cotidianos e, nas relações entre as pessoas. Não são poucos os especialistas que preconizam que o quê viveremos em uma década é muito superior ao que vivemos no último século. É uma aceleração sem igual. Estaremos prontos?

Sabemos que uma reorganização significativa em nossas vidas será possível e necessária. Um dos âmbitos mais afetados será o do trabalho formal.

Caminhamos desde o final do século XVIII, organizando a forma com que os homens participam da produção de bens para a economia. Ao longo do século XX, nos ocupamos de focar nas relações de trabalho, nos seus formatos, na proteção às condições de cada trabalhador no ambiente em que ele dedica boa parte de sua vida e nos processos qe alavanquem o desenvolvimento das competências que suportarão a competitividade.

Tudo isto está para ser transformado: a adoção maciça de tecnologia motivará a substituição humana nos trabalhos repetitivos, perigosos e processuais. Permitirá ainda a adoção mais rápida de protocolos, ganhos de eficiência e escala nunca vistos, migrações e comparitlhamentos de dados até hoje inviáveis, adicionada a camadas de análise profunda.

A  Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, como vem sendo chamada, na qual a ligação de homens e máquinas será muito amplidada permitirá uma geração de valor nunca vista em formato ou dimensão.

Impossível não prever que o ambiente e o próprio formato do trabalho deverão ser remodelados, repensados e restruturados. E claro, o papel de cada trabalhador.

O mundo das “previsões” divide-se entre os otimistas que preconizam que haverá um grande deslocamento de trabalhadores, saindo das funções mais operacionais para as mais intelectuais. Ou pelo menos, que as pessoas terão muito mais tempo para dedicar-se ao que gostam muito, além de seu trabalho: desenvolvimento artístico, religioso etc. Os mais pessimistas falam de uma perda massiva de empregos pela extinção de postos de trabalho.

Um estudo da Oxford University’s do Departmento de Engenharia: “The Future of Employment: How Susceptible Are Jobs to Computerisation?,” escrito por doutor Michael A. Osborne, do Department of Engineering Science and Dr Carl Benedikt Frey, estima que 47% dos empregos serão automatizados nos próximos 10 anos.

No World Economic Forum de Davos abriu-se permanentemente um grupo de estudo chamado de “Future for Jobs”. Uma das suas conclusões apontam que 65% das crianças que entram na escola primária hoje acabarão atuando em trabalhos completamente novos. Portanto, num conjunto novo de competências será necessário, provocando a mudança do próprio Homem que deverá adaptar-se e prover a capacidade de trabalho (análise e decisão) que não poderá ser substituída pelas máquinas ou software.

O que vai mudar de fato? Devemos ser otimistas? Ou pessimistas? Ninguém sabe ao certo.

O que sabemos é que um conjunto de competências pessoais será necessario, e urgente.

É preciso estar atento às mudanças e se preparar. Não poderemos prever todas as alteraçes nas funções humanas dentro das organizações e/ou seu impacto exato.

Mas é possível ver que o futuro será diferente e algumas tendências impõem-se.  É fundamental antecipar quais competências são necessárias para se destacar e se manter no mercado de trabalho. Em nossas “andanças”, verificamos que algumas competências hoje já são importantes, na Indústria 4.0 serão mais ainda:

Capacidade analítica e uso de bases de dados

A tecnologia já está gerando dados e munindo as lideranças de números que são essenciais para embasar as tomadas de decisão. Faz-se necessário possuir competência para realizar análise e para avaliar todas as informações recebidas, dando suporte ou  decidindo qual o caminho que irá mobilizar para os melhores resultados.

Interdisciplinaridade e trabalho em equipe

Perceber que o trabalho precisa ser feito a partir da somatória não-linear de diferentes especialidades, campos de conhecimento e/ou pesquisa. Mesma a “carreira” como a conhecemos, passa a ser não-linear e exigir o conhecimento da geração de valor interdisciplinar.

Pensamento sistêmico 

Esta competência é base para decisores e estrategistas. Preconiza a capacidade de escolher variáveis num cenário complexo e, acima de tudo, “enxergar” a dinâmica de influencia ou dependência entre estas vairiávies e os cenários resultantes.

Busca contínua pela Eficiência

A adoção massissa de tecnologia poderá nos levar à uma queda de custos e despesas, mas também redução das barreiras competitivas. Um dos pilares mais importantes da sustentabiliade é a capacidade de ser eficiente e eficaz sempre.

Disposição de trabalho cooperativo e baseado em diversidade (de ideias e origens)

O trabalho cooperativo acelera as curvas de aprendizado, amplia muito a capacidade analítica e criativa e constrói coesão sem uniformidade de pensamento. É a condição mínima para a convivência com diversidade cultural e intelectual, base para a inovação e flexibilidade.

Além destas competências, ter autoconhecimento para entender quais são os seus talentos e também as deficiências ajudará a prever possíveis falhas, mantendo-se alerta e por consequência errando menos. O ajuste de auto-imagem possibilita uma adaptabilidade maior e mais precisa, fortalecimento das alavancas internas e compensação das possíveis fragilidades.

Inovação continuará a ser um “mantra”, mesmo que as vezes represente menos que o seu alarido. Ainda estamos aprendendo a conviver com a estabilidade mínima de processos que provêem a alta produtividade junto com a volatilidade das estruturas, formas de trabalho e organização de muitos relacionamentos no ambiente de trabalho.

O desafio individual não será pequeno, e estará alavancado em nossa disposição de contruir horizontes melhores e mais equilibrados.

A distância entre as perspectivas otimistas e pessimistas sobre o impacto na fonte primária de renda de maior parte da população mundial, o seu trabalho, é equidistante de nossa capacidade de transformar ou construir organizações que pensem mais no longo prazo, em detrimento do sofrimento e desesperador foco predominante de curto prazo.

João Roncati, diretor da People + Strategy.

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