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Via Marte usa RFID para rastrear cargas enviadas via Correios

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A Via Marte está rastreando os pedidos feitos via e-commerce até que eles cheguem ao consumidor final por meio da radiofrequência (RFID, na sigla em inglês de Radio Frequency IDentification). O projeto-piloto da indústria calçadista, com sede em Nova Hartz, Rio Grande do Sul, utiliza os serviços prestados pelos Correios com base no padrão global EPC/RFID em parceria com a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. O processo, além de ser muito mais rápido por identificar grandes quantidades de volumes de uma única vez, também proporciona segurança na entrega. Isso porque o RFID permite rastrear cada movimentação de modo automático e em tempo real, o que proporciona a redução dos erros de logística como, por exemplo, o envio para a região incorreta.

A tecnologia é similar à leitura do código de barras, mas sem a necessidade de um campo visual direto com o produto. Na radiofrequência, ondas de rádio emitidas pelos leitores RFID, através de antenas, atingem etiquetas inteligentes (as TAGs) que, por sua vez, respondem informando um número único e inequívoco de identificação. Esse número é denominado EPC – Código Eletrônico do Produto, padronizado pela GS1. É uma forma de monitorar volumes que são enviados sem precisar se aproximar das mercadorias com um scanner na mão, apontando para o volume. “Resolvemos agregar esta tecnologia ao código de barras. Não se trata de substituição, mas de ferramentas complementares”, explica Ivair Kautzmann, gerente de Tecnologia da Informação (TI) da Via Marte.

“Até o portão das nossas fábricas contamos com processos firmes envolvendo a certificação do picking (fechamento dos volumes) e na montagem do romaneio de despacho entregue ao operador logístico, mas, até a mercadoria chegar ao destino, continuamos com problemas, em especial o da troca de volumes pelo transportador”, conta Kautzmann.

O centro da questão, segundo ele, é que a excelência logística passa efetivamente pela rastreabilidade total e pela interoperabilidade de todas as etapas. “O que um elo da cadeia faz precisa e deve ser aproveitado pelo próximo, da fábrica até o consumidor final. Resolvemos testar o RFID padrão GS1 como verificação adicional de tudo que sai do e-commerce da Via Marte para que chegue ao destino sem qualquer erro”, relata.

A ideia, explica o executivo, é utilizar a experiência do projeto-piloto com os Correios para implementar a tecnologia RFID em todos os volumes despachados com todos os operadores logísticos, optar por um padrão global de identificação é chave para o sucesso pois os dados podem fluir sem fricção/tradução.

Na parceria com os Correios, a GS1 promove a identificação dos objetos postados com dois de seus principais padrões: o SGTIN (Número Global de Item Comercial Serializado) e o SSCC (Código de Série de Unidade Logística). A identificação é feita por meio de etiquetas inteligentes com tecnologia de radiofrequência (tags RFID) com leitura automática, o que permite identificar, rastrear e gerenciar os itens de forma individual ou em lotes, diminuindo a interação manual de cargas.

A opção da Via Marte foi pelo padrão SSCC-96 (chave global para a identificação exclusiva e serializada de unidades logísticas da GS1), atribuído ao objeto durante o picking (processo de separação dos pedidos dos clientes) dentro do e-commerce. Na doca de despacho, a empresa calçadista consegue fazer uma múltipla varredura dos objetos preparados para o embarque, dando conta de tudo que chegou ali para ser enviado. O SSCC (Serial Shipping Conteiner Code) já é utilizado na empresa desde 2003 e é elemento chave no processo de certificação do picking de tudo que é produzido nas fábricas da Via MARTE (Atualmente 5 milhões de pares de calçados ano) sendo o SSCC-96 a escolha natural para o piloto logístico com os Correios.

Quando o veículo dos Correios se apresenta para a coleta das cargas, a PLP (Pré-Lista de Postagem, formulário padronizado dos Correios que deve ser entregue no momento do despacho das mercadorias) já tem a informação precisa do que será coletado. “As antenas de leitura das tags de radiofrequência, localizadas na porta de saída das mercadorias, garantem que 100% do que foi gerado está sendo encaminhado de forma correta”, relata Kautzmann, ao destacar que se algum objeto estiver sendo despachada por engano, o sistema alertará quanto ao erro. “Se despachamos 50 objetos com códigos de rastreio informados na PLP, esses 50 objetos são aqueles que devem entrar no veículo dos Correios. Nenhum item a mais ou a menos, nem mesmo mercadorias que são despachados por outro operador logístico da Via Marte, passam pela porta”, detalha.

Segundo Ricardo Verza Amaral Melo, executivo de Negócios da GS1 Brasil, o tráfego de informações precisas garante não só agilidade e economia de ponta a ponta, mas também a segurança para o consumidor final. “A qualidade dos dados contribui ainda com a gestão para se evitar perdas e aumentar a produtividade”, destaca Melo, que trabalha no desenvolvimento da aplicação dos padrões da associação voltados a setores como Transporte e Logística, Indústria 4.0 e IoT, Indústria da Moda e todas as áreas que envolvam a tecnologia RFID.

Redução de custos de envio

Além das vantagens nos processos internos, a Via Marte também tem reduzido os custos com o uso da radiofrequência para encomendas despachadas pelos Correios. Isso porque a empresa estatal apresenta um benefício comercial: quem adotar a RFID tem desconto em parte da tarifa do seguro cobrada nos envios. “Fizemos essa conta e a oportunidade se torna interessante do ponto de vista de redução de custos”, afirma Ivair Kautzmann, gerente de Tecnologia da Informação (TI) da Via Marte. Segundo ele, a economia gerada pelo desconto dos Correios cobre o custo que a empresa tem na compra das etiquetas inteligentes.

A implantação de todo o projeto-piloto, diz o executivo, não apresentou qualquer complexidade, uma vez que a empresa tem todo um histórico no uso de identificação serializada. “Somos afiliados há muitos anos à GS1 Brasil e já estamos familiarizados com o sistema de numeração. Para quem está iniciando, a GS1 dispõe de manual técnico explicativo muito fácil que torna tranquila a implementação da RFID”, declara. Kautzmann lembra que os Correios também prepararam um hotsite específico sobre o sistema de encomendas por radiofrequência, além de uma cartilha comercial com o passo a passo.

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