Por cerca de uma década, hackers podem ter acessado a rede da Nortel, gigante de telecomunicações canadense que pediu concordata em janeiro de 2009 e praticamente encerrou as atividades com a venda de seus negócios para pagar dívidas. Com sete senhas roubadas de computadores pessoais de executivos da companhia, incluindo a do presidente-executivo (CEO), Mike Zafirovski, os cibercriminosos fizeram o download de documentos técnicos, relatórios, planos de negócio, e-mails, entre outros arquivos sigilosos.
A denúncia foi feita por Brian Shields, um ex-funcionário da Nortel, líder da investigação interna sobre o caso. Na época, Zafirovski não deu importância ao saber do ciberataque, pois o episódio não foi apresentado a ele como “algo preocupante”. Ele foi ouvido pelo The Wall Street Journal, que teve acesso às pessoas envolvidas.
Segundo funcionários da empresa, “um número significativo de pessoas continuou a usar os laptops da Nortel” mesmo depois de começar a trabalhar nas empresas do grupo comprador da companhia. Assim, essas pessoas conectaram as máquinas corrompidas a redes internas da Avaya, Ericsson, Ciena e Genband.
De acordo com as investigações, existe a hipótese dos hackers serem chineses. O caso foi descoberto pela Nortel em 2004, mas nunca veio a público, mesmo com o fim da empresa. Nenhuma medida foi tomada para conter ataques ou aumentar as práticas de segurança.