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MPEs ainda veem digitalização como processo caro e complexo: mudança de cenário é necessária

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A maioria das micro e pequenas empresas brasileiras ainda está em fase inicial no processo de transformação digital, que tem como objetivo integrar tecnologia em todas as áreas do negócio para melhorar resultados. Apesar da pandemia ter acelerado essa evolução, obrigando muitos empreendedores a recorrerem à digitalização como forma de adaptação para a nova realidade, pesquisa recente realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que a média de maturidade digital das MPEs brasileiras ainda é de 40,77 pontos, considerando pontuação que varia de 0 a 100.

Em uma escala de 4 níveis, a maioria das empresas se encontra no grau 2. Chamadas pelos pesquisadores de “emergentes”, elas representam organizações que estão realizando esforços para se digitalizar, mas ainda possuem estruturas e modelos de negócio tradicionais. As demais empresas se dividiram entre analógicas (nível 1, com 18%), intermediárias (nível 3, com 30%) e líderes digitais (nível 4, com apenas 3%).

A realidade dessas estatísticas é preocupante, considerando o papel essencial ocupado pelas MPEs na economia brasileira. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), hoje, esses empreendimentos respondem por 30% do PIB e mais de 50% dos trabalhos formais existentes no país. Portanto, é muito importante que eles atendam às demandas do mercado e adotem tecnologias para aperfeiçoar suas operações. Cada vez mais isso será essencial para que se mantenham ativos e continuem movimentando a economia.

Falta de recursos ainda é vista como desafio

De acordo com a pesquisa da ABDI em parceria com a FGV, o principal obstáculo para a transformação digital apontado pelos empreendedores é a falta de recursos para investir. Quase 40% dos entrevistados relataram essa motivação, enquanto outros 25% citaram a falta de conhecimento como a maior dificuldade a ser superada.

No entanto, entendo que é necessário fazer uma mudança na mentalidade das pessoas que ainda veem a digitalização como um processo caro e complexo. Hoje, já temos diversas tecnologias acessíveis a qualquer tipo e tamanho de empreendimento. Democratizar esse acesso, aliás, é o objetivo de muitas startups, que buscam levar serviços digitais de forma simplificada e sem burocracia para os pequenos negócios.

A partir dos resultados do estudo, também notamos que os empreendedores precisam compreender melhor os benefícios que a digitalização pode trazer, entendendo que, se bem aplicados, os gastos serão revertidos em resultados. Um exemplo é a economia de tempo com a automatização de tarefas rotineiras, que permite que o gestor seja mais ágil e foque na estratégia do negócio. Outra questão é a gestão financeira, que pode ajudar na tomada de decisões baseadas em dados confiáveis, na segurança e na redução de custos.

Cenário de oportunidade

Com práticas digitais pouco consolidadas, o cenário para micro e pequenas empresas é de desafios, mas também de oportunidades. Há muito espaço para que esses empreendimentos adotem tecnologias e passem a simplificar processos e desenvolver resultados ainda melhores, movimentando a economia do país.

O primeiro passo para as empresas que querem seguir esse caminho é entender e aceitar a necessidade da digitalização, compreendendo quais pontos fracos do negócio poderiam ser melhorados a partir da adoção de tecnologia. Também é importante desenvolver conhecimento para o uso das ferramentas, buscando capacitações que agreguem o processo de transformação digital — o Sebrae, por exemplo, oferece diversos cursos gratuitos para empreendedores dentro dessa temática.

A transformação digital não precisa ser complexa para ser efetiva. O ponto chave é que o empreendedor saiba do que precisa e invista em soluções que resolvam suas dores. A partir disso, certamente, ele verá os benefícios que a tecnologia traz e vai, cada vez mais, considerar seu potencial enquanto uma aliada do negócio.

Piero Contezini, fundador e CEO da fintech Asaas.

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