Recuperar cerca de R$ 150 milhões em receita, ainda no segundo semestre, perdida neste ano com a venda da Tallard Technologies para a Avnet, multinacional que atua no segmento de distribuição de componentes eletrônicos, por R$ 69 milhões. Esta é a meta da Itautec para tentar reequilibrar o caixa, já que a distribuidora de valor agregado de soluções de TI fatura cerca de US$ 200 milhões por ano. No primeiro semestre deste ano, a fabricante brasileira registrou faturamento de R$ 605 milhões, dos quais a Tallard foi responsável por cerca de 22%.
A aposta da empresa na busca por recompor a receita é o fortalecimento das principais áreas de negócio, como automação, computação e serviços. De acordo com o presidente da companhia, Mario Anseloni, a venda da Tallard representou um importante passo na estratégia da companhia, que agora vai poder concentrar no seu core business, em vez de injetar capital em uma operação que foge da especialidade da empresa e cujas margens são muito pequenas.
O executivo acredita que a Itautec conseguirá recuperar boa parte da receita perdida. “O crescimento das outras divisões suprirá a receita que era proveniente da Tallard. É muito possível recuperarmos essa cifra na segunda metade do ano. Não seremos menores em faturamento, na comparação com o ano passado”, afirma Anseloni.
Como justificativa para a venda por R$ 69 milhões de uma operação que fatura cerca de US$ 200 milhões por ano, ele diz que para manter o crescimento da Tallard haveria a necessidade de investir pesadamente na empresa. “Optamos por aplicar tais recursos em áreas consideradas mais estratégicas para a Itautec e achamos mais acertado vender a empresa”, diz Anseloni, apontando como as mais promissoras divisões para recuperar o faturamento que a Tallard teria no segundo semestre as de computação e de automação.
O presidente da Itautec estima que a empresa terá um crescimento “ligeiramente superior” ao mercado nacional de PCs neste ano, que deve totalizar 14 milhões de computadores vendidos. Para isso, Anseloni diz que a companhia adotará uma estratégia de pulverização das vendas, ou seja, atuando em todos os segmentos, como corporativo, varejo e governo.
No que se refere à divisão de automação, umas das principais apostas da Itautec, além do bom desempenho do segmento no mercado nacional, puxado pelos investimentos dos bancos, será o mercado africano. “A África é um mercado muito promissor e com muitas oportunidades. É estratégico”, enfatizou Anseloni, acrescentando que hoje as vendas externas representam entre 5% e 7% do faturamento anual da companhia.
Ao analisar o processo de consolidação pelo qual passa o mercado de tecnologia, o executivo adiantou que a “Itautec está aberta a oportunidades para acelerar seu crescimento”. Entre as áreas que podem ser impulsionadas com a compra de empresas, Anseloni apontou as de automação e de serviços. No fim de junho, a Itautec tinha R$ 106 milhões em caixa, além dos R$ 69 milhões obtidos com a venda da Tallard, o que não é nada desprezível para quem quer ir às compras.
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