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IT traders é um caminho para aumentar exportações

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Segundo pesquisa do Observatório Digital Softex, o Brasil exportou cerca de US$ 315 milhões em 2004, um resultado muito longe da meta estabelecida de US$ 2 bilhões pelo governo federal para o ano de 2007 e, mais importante, muito aquém do nosso potencial. As empresas brasileiras que, segundo o governo, podem gerar metade da meta almejada (ou seja, US$ 1 bilhão, ficando a outra metade para as multinacionais) ainda têm pouca participação no milionário mercado global de TI. Porém, elas desenvolveram competências únicas, testadas e aprovadas pelos clientes de classe mundial que operam nacionalmente, o que lhes dá a justa ambição de atuar globalmente.

Tais competências dizem respeito ao conhecimento aprofundado de diversas indústrias fundamentais, como bancos, telecomunicações, varejo e até mesmo governo. Nossas companhias, pela experiência desenvolvida em um mercado altamente exigente e competitivo, o que lhes permite conhecer em detalhes as regras de negócios daqueles setores, agregam valor para o cliente na medida em que entendem suas necessidades, sugerem melhores práticas e propõem inovações.

Verifica-se, portanto, a existência de um sem-número de soluções adotadas por clientes de referência como, por exemplo, as multinacionais que operam no Brasil, que têm um grande potencial de exportação e que foram desenvolvidas por pequenas e médias empresas nacionais. A exportação dessas soluções daria uma grande contribuição para o esforço brasileiro de inserção na economia global.

No entanto, estas pequenas e médias organizações, em que pesem terem soluções altamente avançadas tecnologicamente e já utilizadas por clientes importantes, têm grande dificuldade em conquistar o mercado internacional. São grandes obstáculos seu porte e sua capacidade de investimento. Em tempo: ?pequenas e médias empresas? para os padrões brasileiros; ?microempresas? para o internacional.

A conseqüência deste cenário é que elas se dedicam quase que exclusivamente à sua atuação no Brasil, deixando de aproveitar oportunidades reais e concretas no mercado global, e não convertendo em dólares seu principal ativo: o conhecimento de como os negócios de seus clientes funcionam. Vale dizer que o modelo de negócios destas empresas é, na maioria das vezes, baseado na prestação de serviços (customização, manutenção evolutiva, manutenção corretiva, treinamento e consultoria, entre outros), resultante da implantação da solução pré-desenvolvida.

Para incluir, de forma definitiva, estas companhias no jogo do mercado internacional, aproveitando o potencial destas soluções ?specialties?, é necessário criar empresas especializadas voltadas exclusivamente para atuar no exterior. Se, nos setores tradicionais da economia, é comum a existência de empresas especializadas, como as traders e as comerciais exportadoras, por que no setor de software e serviços, muito mais complexo sob diversos aspectos (tais como ciclo de venda mais longo, necessidade de se discutir propriedade intelectual e suporte técnico) não se necessitaria de estruturas dedicadas?

É fundamental a criação das ?IT Traders?, de propriedade conjunta das companhias brasileiras de tecnologia e de investidores, privados ou públicos. Com isso, elas poderiam se dedicar exclusivamente ao competitivo mercado interno, delegando às IT Traders as operações internacionais.

As IT Traders ficariam responsáveis pela organização da oferta de serviços e soluções das empresas brasileiras, o que representaria agilidade e custos menores no atendimento às oportunidades surgidas além das fronteiras nacionais.

* Djalma Petit é coordenador-adjunto da Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro)

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