Publicidade
Início Notícias O papel da TI na transformação do varejo

O papel da TI na transformação do varejo

0
Publicidade

Elia Chatah*

O setor de varejo é um dos mais dinâmicos do mercado, tanto por seu tamanho quanto pela quantidade de variáveis que enfrenta em seu dia-a-dia. Certamente isso representa um desafio para as empresas, mas um desafio que, até aqui, vem sendo encarado com sucesso.

Não por acaso, o setor fechou o ano de 2007 com crescimento de quase 10% ? o mais significativo desde 2001 ? e bastante acima dos 6,2% registrados em 2006. Foram mais de R$ 500 bilhões movimentados em todo o país, dos quais R$ 75,3 bilhões somente na cidade de São Paulo. Para se ter uma idéia, isso significa que, no ano passado, foram gastos R$ 2,4 mil por segundo em cada uma das 98.978 empresas varejistas da capital paulista.

No restante do país, o resultado se repete. O volume de vendas de móveis e eletrodomésticos subiu 15,4% em 2007 e representa o segundo maior impacto no resultado geral. Em primeiro lugar tivemos a atividade de hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que ? apesar de ter crescido bem menos (6,4%) no ano passado ? representa um terço do total das vendas.

A origem primária desses resultados é o bom momento vivido pela economia brasileira. A impactar diretamente os resultados do varejo, tivemos um crescimento de 27,3% no crédito, redução do desemprego e um aumento real de 30% na massa salarial entre os anos de 2005 e 2007.

Se de um lado esses resultados animam os varejistas, de outro impõem a eles a necessidade de repensar seus negócios e prepararem-se para manter o ritmo, com foco principalmente no cliente. Com o aumento do poder de compra, é natural que o mercado se torne mais seletivo e, por conseqüência, mais exigente.

O já tão falado conceito ?vender localmente e competir globalmente? ganha um novo sentido, agora com um viés mais prático. O grande desafio que se coloca hoje às redes varejistas é a transformação de seus pontos-de-venda em pontos de relacionamento com o cliente, e ele não é pequeno. Isso porque praticamente não há diferencial nos produtos, encontrados em qualquer concorrente. A diferença estará no atendimento e no profundo conhecimento do cliente, e aqui o uso da tecnologia da informação é fundamental.

Para que o cliente seja inspirado a voltar a uma loja, em primeiro lugar, ele tem que se sentir compreendido. Para ajudar nessa ?experiência?, o mercado conta hoje com soluções que entendem o que o consumidor quer e fornecem algoritmos mais sofisticados para previsões de vendas, provendo assim o produto certo, na hora certa, na quantidade desejada e no preço esperado. Ou seja, de um lado aprofundar informações sobre o cliente e, de outro, utilizá-las para aumentar a eficiência operacional e reduzir gastos.

Um exemplo? Num futuro não muito distante, o uso de etiquetas de identificação por radiofreqüência (RFID) vai permitir que as compras sejam totalizadas pelo ponto-de- venda sem a necessidade de os produtos serem validados um a um. Uma antena vai identificar as etiquetas nos produtos e já apresentar o total, o que é bom para o cliente. E o mesmo sistema identificará a baixa daquele produto no estoque e permitir o seu reabastecimento assim que ele sair da gôndola, o que é bom para a empresa.

Por trás de tudo isso, um sistema de gestão que automatize processos de compra, faturamento, emissão de notas fiscais, controle de estoque etc. E também um sistema de gerenciamento de relacionamento com o cliente que registre suas preferências e hábitos de consumo, fazendo sua identificação assim que ele entre na loja, ou no depósito, e possa baixar sua lista de compras e, por exemplo, com um sistema de posicionamento por satélite (GPS) instalado no carrinho, encontre na loja os produtos que ele procura.

Não é futurologia. A tecnologia existente hoje já permite isso. É questão de tempo e investimento para que tudo isso se torne realidade. O que virá no futuro pode ser visto em uma ?loja do futuro? que a SAP montou em Zurique, Suíça. Mas pode ser visto também, em pleno funcionamento, nas Lojas Americanas, Marisa, no Brasil, além do Wal-Mart e BestBuy, redes que já iniciaram essa transformação e cujos resultados mostram que elas estão no caminho certo.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Sair da versão mobile