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Energia, aço e… dados

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Neste ano, temos o que comemorar em 21 de agosto, Dia Nacional da Habitação. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o nível de atividade do setor ao final do segundo trimestre foi o melhor desde setembro do ano passado. Há, ainda, a expectativa de aumento do PIB do setor em 4% no ano. Esse crescimento, contudo, dá-se em plena pandemia e a duras penas. Não faltam desafios, como o alto custo da matéria-prima ou a burocracia excessiva envolvida nos seus projetos.

Um desafio, no entanto, não é tão óbvio: o de usar tecnologia para mitigar as dores do setor a partir de um valioso insumo que todos temos em casa: os nossos próprios dados. Eu dou um exemplo: em 2016, um dos maiores players mundiais de equipamentos para construção civil, à frente de um negócio de US$ 38,5 bilhões, que abrangia, à época, uma rede de 172 distribuidores em 190 países, conseguiu melhorar – e muito – a performance de seus equipamentos – basicamente motores, turbinas industriais e locomotivas elétricas ou a gás. Em paralelo, conseguiu aumentar suas vendas de peças, refinou a sua compreensão dos índices de falhas – o que permitiu a diminuição do tempo de inatividade desses equipamentos, aumentando a rentabilidade do negócio.

Essa revolução foi possível quando a empresa conseguiu integrar os dados de inúmeros sensores instalados em motores, braços hidráulicos e demais mecanismos de seus equipamentos, transmitidos e processados várias vezes por hora, com as informações de contratos de serviços, de registros das garantias dos equipamentos, além de dados operacionais e dos distribuidores, até então dispersos em plataformas e nuvens diferentes.

Quem já vivenciou integrações de sistemas – boa parte delas parciais – sabe o quanto elas tornam algumas tarefas simples em verdadeiros nervos expostos. Sejam elas rotinas como gerar relatórios, dar suporte e produzir a análises de desempenho, ou gerir política de reposição de peças.

A iniciativa desse grande player de equipamentos para a construção civil, no entanto, deu-se com uma relativa facilidade e em poucas semanas. Ao invés de adotar custosos data lakes, a empresa lançou mão de uma abordagem tecnológica simples e disruptiva. Fez uso de uma camada intermediária de inteligência que “virtualizou” os seus dados, estivessem eles no sistema de ERP, em casa, ou em uma das múltiplas nuvens do seu ecossistema de parceiros, sem a necessidade de replicá-los ou de os movimentar de um sistema a outro.

Basicamente, criou-se uma plataforma lógica por cima de todos os sistemas em uso, a qual integrou “virtualmente” os dados de big data com os de várias nuvens. Isso possibilitou o sonho de todo gestor do setor: a adoção de dashboards interativos, capazes de apoiar a tomada de decisão baseada em inúmeras fontes. Hoje relatórios diversos são compartilhados internamente e com os distribuidores deste grande player. A mesma tecnologia, ainda, criou as bases para que a companhia lançasse uma linha de negócios: o de Data as a Service (DaaS), oferecida aos seus distribuidores e a milhares de clientes, com dados sobre os equipamentos, suas peças e seu desempenho ao redor do mundo.

Resumindo: dados são insumos tão importantes na construção civil quanto energia ou aço. E, da mesma forma, merecem das empresas do setor um lugar de destaque em suas estratégias para fazer frente aos desafios do setor.

Marco Wenna, diretor de Vendas da Denodo no Brasil.

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