Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais enfrentam hoje sérios desafios em Tecnologia da Informação (TI), e não possuem as ferramentas adequadas para superá-los. Desde ameaças de cibersegurança até a complexidade sem precedentes na gestão de dados e falhas nos sistemas, a TI desatualizada prejudica a capacidade do governo de fornecer serviços importantes da maneira mais segura e eficiente possível para a população.
A infraestrutura tecnológica do nosso país deve receber a mesma atenção e investimento que nossas rodovias, ferrovias, sistema de energia e outros serviços básicos. Em vez disso, as políticas atuais impedem a capacidade dos líderes de TI do governo de escolher as melhores soluções para enfrentar desafios modernos. As administrações públicas muitas vezes estão usando tecnologia desatualizada e enfrentam muitas barreiras para modernizar efetivamente seus sistemas. O estudo “Tendências de investimento em TI para o segmento governo no Brasil”, encomendado pela Dell Technologies e desenvolvido pela consultoria IDC Brasil, mostrou que modernizar o legado de infraestrutura é o primeiro passo para se alcançar um Governo Digital e que o tema segurança da informação está concentrado nas áreas de TI, ainda sem que exista, de fato, uma cultura de proteção de dados.
A tecnologia moderna pode, por exemplo, ajudar a Agência Nacional de Aviação a reduzir atrasos de voo, a Polícia Federal e o Ministério da Justiça a processar melhor renovações de passaportes e solicitações de visto, e a Agência Brasileira de Inteligência a monitorar e proteger nosso país de forma confiável. Se o governo quiser aproveitar melhor a tecnologia para fornecer serviços públicos críticos, os formuladores de políticas devem apoiar iniciativas para modernizar a infraestrutura de TI.
As agências federais e estaduais têm gradualmente atualizado a infraestrutura de TI ao longo da última década, migrando para um modelo de computação em nuvem pública. Isso é impulsionado principalmente pela promessa de aumento da eficiência, custos mais baixos e melhor continuidade para aprimorar os serviços que oferecem ao público. Embora muitas organizações governamentais tenham aproveitado a flexibilidade que a computação em nuvem pública oferece, dadas as preocupações com privacidade, conformidade e segurança, essa abordagem não funciona em todas as situações. É fundamental que os líderes de TI tenham flexibilidade para escolher as soluções mais econômicas que atendam melhor às necessidades e à segurança de sua missão.
As agências governamentais devem considerar uma abordagem de multicloud por design, na qual utilizam serviços de nuvem de vários provedores de nuvem públicos e privados. Embora uma estratégia de nuvem única possa parecer mais simples, ela limita as ofertas de serviços e muitas vezes compromete as organizações com um único fornecedor, o que geralmente custa mais no final. Uma abordagem multicloud é usada para um melhor controle de dados, permite acesso aos melhores serviços de cada provedor e oferece mais flexibilidade, pois os líderes de TI podem otimizar a distribuição da carga de carga de trabalho com base nas demandas.
As agências governamentais – e, em última análise, os contribuintes — que adotam abordagens multicloud também podem ter um controle maior sobre os custos, o que é crítico, considerando a estimativa da IDC de que quase dois terços das organizações estão gastando mais em nuvem do que inicialmente orçado.
Os formuladores de políticas públicas precisam tornar esse processo de modernização multicloud uma realidade ao:
Continuar investindo em fundos de modernização tecnológica, permitindo que as agências governamentais substituam equipamentos por soluções de computação multicloud atualizadas que garantirão que as agências possam fornecer serviços críticos de forma rápida e segura.
Exigindo que todas as agências federais, estaduais e locais realizem avaliações de prontidão para computação multicloud, por meio de infraestrutura
de TI atual e processos e políticas para determinar o melhor caminho para a adoção. A avaliação deve considerar se as aplicações da agência são consideradas habilitadas para nuvem, qual é o custo da migração, se as soluções de computação em nuvem atendem aos requisitos de segurança e conformidade, bem como qual é o impacto para os funcionários.
E reforçando a adoção universal da definição de “computação em nuvem” do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) para ajudar a moldar as melhores práticas para a modernização.
Não podemos combater ataques cibernéticos e fornecer os melhores serviços possíveis na era digital com uma infraestrutura de TI inadequada e desatualizada. Adotar uma abordagem multicloud, portanto, ajudará a gerenciar de forma segura dados críticos, reduzir custos e permitir que o governo utilize as soluções mais eficazes para atender às necessidades de nossos cidadãos.
Vicente Moliterno, diretor de Vendas para o Setor Público da Dell Technologies.
