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Estudo Capco analisa impacto da digitalização na inclusão financeira no Brasil e na Índia

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A inclusão financeira das populações por meio dos sistemas digitais é um dos motores mais importantes para o crescimento da economia e para o bem-estar social. Essa é uma das conclusões do estudo “Financial Inclusion – Evolution and The Digital Push” (Inclusão Digital – Evolução e o Impulso Digital), da Capco, consultoria global de tecnologia e gestão dedicada ao setor de serviços financeiros.

O levantamento analisou o cenário tecnológico, legal e de ações bancárias dos últimos anos de Brasil e Índia, duas das maiores economias do mundo e emergentes, demonstrando o papel fundamental da tecnologia e de todo o ecossistema digital na alavancagem das economias dos países.

“A inclusão financeira contribui para o bem-estar social e para o crescimento dos negócios, além de ter um impacto significativo para o desenvolvimento geral de populações mais vulneráveis por todo o mundo”, destaca Aline Lemos, consultora de Mercado e Negócios da Capco Brasil e uma das autoras do estudo.

Muitos avanços estão em andamento na inclusão financeira global, mas cerca de um terço dos adultos em todo o mundo — 1,7 bilhão — ainda não possui conta bancária, de acordo com os dados mais recentes da Global Findex.

As fintechs, especialmente, têm papel fundamental nesse processo, conforme o levantamento feito por especialistas da Capco Brasil e da Capco Índia. Houve um incremento exponencial nos últimos anos para que esse acesso ocorresse de forma rápida. Em 2021, 84% dos adultos no Brasil tinham uma conta bancária para fazer suas transações, o que significa que 16% da população ainda é desbancarizada. Em 2017, o total de desbancarizados no País era de 30%. Na índia era de 20%.

“As fintechs estão emergindo de maneira forte nos últimos anos no mundo todo, em especial nos dois países analisados, pela combinação de empreendedorismo e tecnologia que têm sido fundamentais para esse processo”, explica Alexandre Bueno, Head do Laboratório de Inovação da Capco Brasil e co-autor do levantamento.

O Brasil teve 1,3 bilhões de transações de pagamento em tempo real realizadas apenas em 2020, o que corresponde a 25% do total do volume de pagamentos – atualmente a penetração dos smartphones atinge 81% da população e 78% das pessoas do país usam a internet. Em torno de 11,8 milhões de brasileiros iniciaram um relacionamento com uma instituição financeira na pandemia. O mobile banking é o principal canal para instituições financeiras desde 2016 no País. De acordo com o Banco Mundial, de 1,3 bilhão de transações bancárias realizadas no Brasil em 2020, 25% foram feitas por meio de dispositivos móveis e bancos online.

Hoje existem 332 startups financeiras no Brasil, de acordo com o Radar FinTech Lab. Concomitantemente, o período de isolamento social impulsionou o comércio eletrônico e o uso de novas tecnologias pelos consumidores brasileiros como, por exemplo, o PIX que já faz parte da realidade da população.

Por sua vez, a Índia, com uma população de mais de 1,3 bilhão, tem um grande número de pessoas que ainda estão fora do sistema financeiro formal, mas tem grandes oportunidades de crescimento de sistemas de pagamento. Conforme dados da ACI Worldwide sobre pagamentos digitais em 48 mercados globais, a Índia ficou em primeiro lugar com 25,5 bilhões de transações de pagamentos em tempo real, seguida pela China com 15,7 bilhões de transações.

O governo indiano lançou, em 2013, o programa DBT (Transferência Direta de Benefício — Benefícios da Transferência Automática) por meio do qual milhões de cidadãos indianos passaram a receber benefícios estatais mais rapidamente. Em 2015, o governo da Índia lançou também a campanha ‘Digital India’ para garantir que os serviços do governo sejam disponibilizados aos cidadãos eletronicamente. Segundo estudo da Standard & Poor’s, mais de 76% dos adultos indianos não possuem educação financeira básica.

Inclusão

A inclusão financeira das populações com o uso da tecnologia possibilita a sua entrada na economia formal, contribui para igualdade de gênero, reduz desigualdade de renda e melhora o desenvolvimento econômico.

O estudo feito pela Capco detectou que entre os maiores desafios mundiais para melhorar o acesso das pessoas ao mercado financeiro e, consequentemente, contribuir para o crescimento das economias estão custo da internet; complexos processos de documentação até o total ingresso sistemas bancários; baixa confiança para conceder crédito; exigências de valores mínimos nos saldos para ter acesso a contas; falta de confiança das populações nos bancos para abrir contas e pouco acesso à educação financeira.

As conclusões do paper foram baseadas em compilações de dados do Banco Central do Brasil, da Febraban, IBGE e de consultorias mundiais como World Bank Report (Findex), Statista e ACI Payments Report.

No Brasil, de acordo com a análise da Capco, parte dessas dificuldades vem sendo enfrentadas com a chegada das fintechs, modernização dos sistemas bancários e implantação bem-sucedida de meios instantâneos de pagamento como o Pix.

“Com conta corrente isenta de taxas para faixa de renda mais baixa desde 2007; o Banco Central permitindo que instituições financeiras e fintechs oferecessem contas de pagamento digital, que é uma versão de uma conta corrente, com exigências regulatórias significativamente menores, além de os bancos terem exigências para direcionar 65% dos depósitos de poupança para hipoteca e agricultura para fomentar a atividade nesses setores e reduzir o déficit habitacional, o Brasil vem ganhando destaque no cenário mundial”, explica Bueno.

Na Índia, além das iniciativas governamentais, há projetos em andamento para melhorar a inclusão financeira no país, como o lançamento do India Post Payments Bank (IPPB) em setembro de 2018, que está aproveitando a rede de Departamentos de Correios para ampliar ainda mais as iniciativas de inclusão financeira no país.

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