A edição deste ano do Mobile World Congress, que acontece em Barcelona esta semana, tem servido de vitrine para a Mozilla, desenvolvedora do browser Firefox e responsável pelo sistema operacional móvel Firefox OS, o novo "queridinho" das operadoras por trazer uma proposta de multiplicação das lojas de aplicativos, dando a elas a oportunidade de voltarem ao mercado de conteúdos e aplicativos. Gary Kovacs, CEO da Mozilla, adotou um discurso inflamado e motivador durante sua apresentação nesta terça, 26, no MWC. Ele disse que o Firefox OS será o catalisador de um crescimento de quase 2 bilhões de usuários que a indústria de telecomunicações móveis vivenciará nos próximos anos. "Levamos 22 anos para chegar aos 2 bilhões de usuários atuais de Internet e os próximos 2 bilhões virão em apenas cinco anos pelas redes móveis", disse. Segundo Kovacs, esses usuários virão de mercados emergentes em que as pessoas "não querem modelos concebidos no Vale do Silício". Segundo ele, hoje haveria "dois caminhos definidos" (referência ao Android e ao iOS), "mas não consigo imaginar como bilhões de pessoas estarão confortáveis com apenas dois caminhos". Segundo o CEO da Mozilla, o Firefox OS tem a virtude de abrir múltiplos caminhos, já que cada operadora pode montar um modelo diferente. "Para chegarmos aos próximos 2 bilhões, não podemos ter apenas duas empresas decidindo o que as pessoas querem", disse ele, em crítica ao processo de filtro e seleção dos aplicativos publicados nas app stores mais populares.
Em anos recentes, o mesmo palco hoje ocupado pela Mozilla já foi espaço para Eric Schmidt (Google) e Steve Ballmer (Microsoft) quando os dois sistemas operacionais chegaram ao mercado em contraposição ao iOS da Apple, que nunca deu as caras em Barcelona. Esse ano, o Google ainda brilha como sistema operacional preferido de 9 entre 10 lançamentos da feira. Mas não se fala da Microsoft nem da Blackberry, que acabou de lançar o seu BB10.
