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Governo digital ainda enfrenta obstáculos no Brasil

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Apesar de o governo eletrônico (ou e-gov) ter avançado muito nos últimos anos, os esforços no sentido de possibilitar o acesso a todos os cidadãos a informações e serviços nas esferas municipal, estadual e federal ainda enfrentam inúmeras barreiras. Uma delas é a falta de disponibilidade de tecnologias e de agilidade da indústria do setor para atender às demandas do governo, aponta Clarice Coppetti, vice-presidente de Tecnologia da Caixa Econômica Federal. De acordo com ela, embora o governo eletrônico tenha evoluído muito no Brasil, principalmente na esfera federal, ainda há muitos obstáculos para o seu pleno desenvolvimento. Clarice observa que isso pode ser verificado pela própria Caixa. O banco, que funciona como um agente operador de programas e políticas públicas do governo, já que é responsável pelo pagamento do benefício às mais de 11 milhões de famílias que são atendidas pelo Bolsa Família, pelo pagamento do PIS, FGTS, entre outros, se depara com muitos problemas para implantar os serviços com agilidade.
"Encontramos muita dificuldade quando, por exemplo, vamos contratar links de comunicação para abertura de uma agência. A indústria também tem muitas limitações para atender nossa demanda por equipamentos, já que utilizamos plataformas livres e a maioria dos fornecedores atuam basicamente com sistemas proprietários. Mas eles têm de se conscientizar que existe uma grande demanda por software livre, que é uma política deste governo, por isso devem estar preparados", ressalta Clarice, ao dizer que há a necessidade de se ter cada vez mais múltiplas soluções de tecnologia da informação e comunicação para atender as diversas regiões do país.
Segundo a executiva, o orçamento de tecnologia da Caixa no ano passado foi de R$ 2 bilhões, sendo que somente na área de voz e dados foram gastos R$ 400 milhões. E ela frisa que o banco está trabalhando constantemente em novos projetos e cita como exemplo o das "agências caminhão", que são uma espécie de miniagências que permitem a prestação dos serviços em regiões afetadas por enchentes, por exemplo, por meio das quais a população pode pagar contas, sacar dinheiro ou fazer um depósito. "São desafios que requerem um nível elevado de disponibilidade e agilidade", diz ela, que critica também os preços elevados das tecnologias no Brasil.
Para João Batista Rezende, membro do Conselho Diretor da Anatel, o Brasil tem capacidade tecnológica para atender às demandas, tanto do ponto de vista de rede quanto de processos. O que precisa ser feito para a consolidação do governo eletrônico, na opinião dele, é que haja a inclusão digital, de fato. "E aí entra a questão do financiamento público. É preciso que se criem programas que facilitem os municípios na implantação e fortalecimento do governo eletrônico para atender o cidadão." Ele defende que seja criada o que ele chama de política de demanda, por meio de financiamento, para que as pequenas localidades possam atender o cidadão de forma mais direta.
Na opinião de Tadeu Viana, vice-presidente de canais do grupo SEN, formado pela Enterasys e Siemens Enterprise Communications, o governo eletrônico é a ferramenta para se melhorar efetivamente o atendimento do governo na prestação de serviços ao cidadão. E hoje, diz ele, existe uma infinidade de tecnologias para isso. "O desafio é fazer um modelo de negócio que viabilize isso. As empresas têm limitações orçamentárias e isso pode ser feito por meio do modelo de serviços", propõe. Já para o presidente da Bull no Brasil, Alberto Lemos Araujo Filho, a dificuldade para expansão do governo eletrônico está na falta de uma banda larga universalizada no país. "E o ponto crítico para isso é o mau uso do Fust, que ainda não foi utilizado", alfineta.
O diretor de relações governamentais da Qualcomm, Francisco Giacomini Soares, vê no celular um instrumento para a ampliação do governo eletrônico. "O celular pode ser usado não apenas para promover o e-gov, mas também na área bancária, como, por exemplo, para o pagamento de benefícios previdenciários. E o governo pode ser um importante catalisador para que essas coisas sejam disponibilizadas."

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