O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) publicou nesta quinta-feira (27) a Nota Técnica “Biometria Facial, Acesso à Saúde e Direito Fundamental à Proteção de Dados Pessoais”. O documento faz uma análise crítica a respeito do uso de biometria facial no setor da saúde, mais especificamente na saúde suplementar.
A NT foi enviada também a um grupo de trabalho sobre biometria facial no âmbito do COPISS (Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar), o qual o Idec integrou na qualidade de entidade de defesa do consumidor.
O objetivo do Instituto é debater sobre o uso indiscriminado da tecnologia, que tem sido vista pelas operadoras de plano de saúde como única forma segura de se ter o controle dos dados de pacientes.
Porém, o próprio Idec já observou que a biometria facial obrigatória pode trazer sérios problemas. Como no caso que envolveu a operadora Hapvida nos estados do Maranhão e Amazonas com práticas abusivas que estão sendo investigadas. “Toda e qualquer tecnologia que o setor da saúde quiser implementar tem que levar em conta os prejuízos que essa inovação também pode trazer. Estamos falando tanto do desconforto em fazer a biometria por alguns pacientes como também sobre a transparência no uso e tratamento desses dados pessoais dos consumidores.”, alerta a advogada do Idec, Marina Paullelli.
Por toda a Nota, o Idec explica como a tecnologia tem influenciado no atendimento à saúde, principalmente nas operadoras de planos, e afirma a posição de ser contra o uso da biometria facial. “Por se tratarem de dados sensíveis com um alto potencial de risco aos usuários, o Idec se posiciona no sentido da não utilização, coleta e tratamento de dados biométricos, em especial pelo setor de saúde suplementar e sem a oferta de alternativa para a identificação”, explica o Instituto na NT.
