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Novos aeroportos para um novo viajante

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O número de passageiros em aeroportos no Brasil vem aumentando a cada ano. Segundo uma pesquisa da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), o transporte aéreo já é o mais utilizado pela população brasileira. Com a demanda crescente, os aeroportos têm que estar preparados para proporcionar uma boa experiência de viagem para seus diversos perfis de clientes.

Mas o que faz atualmente um aeroporto se diferenciar dos outros? É aquela distinta conexão que ele estabelece com viajantes – oferecendo aventura, luxo, serviço, tranquilidade e prazer. Porém, é necessário um enorme e coordenado esforço por todas as operações de um aeroporto para conseguir essa conexão, percebida como essencial pelo público.

Entre as maiores demandas dos passageiros estão mais opções de autosserviço, comunicação mais proativa das linhas aéreas e menos tempo em filas, segundo a pesquisa Global Passenger 2015, da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) – que explora as preferências e frustrações por toda a experiência de viagem. De acordo com 48% dos entrevistados, seria preferível que eles mesmos etiquetassem suas malas e as colocassem na área de bagagem, sem a intervenção de nenhum funcionário, e 81% gostaria de poder rastrear suas malas durante todo o percurso.

Alguns aeroportos no Brasil já possuem, por exemplo, monitores instalados na área de retirada de bagagens para visualizar, através das câmeras, a chegada das malas, reduzindo a ansiedade dos viajantes e inibindo manuseio inadequado ou mesmo ações criminosas.

Além de otimizar o manuseio de bagagem, as câmeras podem diminuir filas na área de check-in (evitando o bloqueio de áreas de circulação), gerar relatórios em tempo real sobre o fluxo de pessoas e até alertar os operadores caso suspeitos apareçam no aeroporto querendo se aproveitar do baixo nível de atenção dos viajantes.

Por exemplo, no Aeroporto Internacional Sheremetyevo, o maior e mais movimentado da Rússia, com mais de 26 milhões de passageiros por ano, o sistema de videovigilância serve não apenas como uma solução de segurança, mas também como um meio de controlar operações como check-in, embarque, controle de carregamento de bagagem e outros processos em todos os estágios dos serviços de aviação.

As câmeras IP instaladas no aeroporto geram apenas um fluxo de vídeo, que então é processado por dois sistemas – segurança e operacional – de acordo as funções requeridas. O exemplo da Rússia mostra que, embora a questão da segurança seja uma grande preocupação dos aeroportos, o bem-estar dos viajantes tem recebido uma atenção crescente.

Vídeos ao vivo fornecem informação em tempo real, que ajudam na tomada de decisão mais rápida e consciente, e otimizam o desempenho e eficiência – por exemplo, alertando o gerente para que ele abra um outro balcão de check-in, evitando filas muito extensas.

Seja para uma família viajando a lazer, um passageiro frequentemente em ponte-aérea ou um alto executivo em viagem de negócios, o serviço do aeroporto pode ser completamente adaptado para, através do vídeo, oferecer momentos de descontração, relaxamento, compras e experiências diferenciadas. Isso se tornou realidade em alguns aeroportos que decidiram tornar seus sistemas 100% digitais.

As câmeras podem inclusive colaborar com o faturamento do aeroporto: ao mensurar o fluxo de pessoas que circulam diariamente, os administradores passam a dispor de dados para embasar a cobrança de alugueis e o uso de espaços publicitários. Essas fontes de renda capacitam o aeroporto, no final das contas, a prestar um serviço ainda melhor a seus usuários.

O Aeroporto Internacional El Dorado, por exemplo, na Colômbia, com mais de 22 milhões de passageiros por ano, desenvolveu um sistema com 900 câmeras que integram videovigilância e sistemas de incêndio e controle de acesso em uma plataforma com outros controles já existentes de monitoramento de áreas de bagagem, corredores, escadarias e elevadores.

Os operadores de aeroportos sabem que aquele espaço é válido não apenas como ponto de partida para outro lugar, mas um lugar para ser aproveitado em si. É importante proporcionar uma experiência agradável, transparente e segura aos clientes como uma maneira de fidelizá-los e poder agregar valor a cada metro quadrado disponível. As câmeras em rede podem ser um bom instrumento para essa fidelização, através de melhorias nem sempre vistas, mas por certo sentidas, para que os aeroportos se tornem, eles mesmos, um destino desejado.

Andrei Junqueira, gerente de Novos Negócios da Axis Communications.

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