Embora tenha reafirmado na última terça-feira, 29, sua promessa de reformar os programas de espionagem eletrônica da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), o presidente americano Barak Obama decidiu nomear um oficial militar para comandar o órgão, em vez de um civil versado em questões de liberdades civis, rejeitando recomendação do seu próprio conselho consultivo de que a NSA e o Comando Cibernético deveriam ter diferentes lideranças.
O anúncio foi feito um dia depois, na quinta-feira, 30, quando revelou que o indicado como novo diretor da agência será o vice-almirante Michael S. Rogers, um reconhecido especialista na nova arte de projetar armas cibernéticas. Por lei, o comando da NSA, criada pelo Pentágono há quatro anos para enfrentar a guerra cibernética, deve ser dirigida por um oficial militar. Rogers, com 33 anos de carreira, é o atual chefe do Comando Cibernético da Frota, uma unidade que vem crescendo rapidamente na Marinha.
A decisão recebeu críticas de vários setores, até porque o militar não tem histórico no tratamento com questões de privacidade que colocaram a agência sob os holofotes nos últimos tempos. Além disso, muitos condenaram o fato de vários problemas continuarem sem decisão, como, por exemplo, quem vai manter o vasto banco de dados de informações telefônicas e atividades online dos americanos comuns que a NSA pesquisa em busca de potenciais terroristas ou agentes nucleares.
Obama também adiou a decisão em torno da recomendação de seus consultores que a NSA parasse com seus esforços para enfraquecer a criptografia comercial e limitasse suas atividades à exploração dos pontos fracos nos software mais comuns para projetar armas cibernéticas.
Segundo o jornal New York Times, o presidente americano anunciou ainda a escolha do vice-diretor da agência: Rick Ledgett, funcionário da NSA que vem chefiando a força-tarefa para avaliar os danos causados pelas revelações de Edward Snowden, o ex-técnico terceirizado da agência. Claramente, o trabalho de Ledgett será o de por em prática uma série de mudanças internas destinadas a impedir uma repetição do que os funcionários chamaram de o maior vazamento de dados secretos da história dos EUA e lidar com seus efeitos que ainda persistem.