Microsoft entra com queixa contra Google na Europa

A Microsoft engrossou o coro de empresas que acusam o Google de práticas anticompetitivas no mercado europeu. Por meio de uma reclamação formal, enviada à Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, a fabricante de software acusa a companhia favorecer os próprios produtos em seus serviços, principalmente os ligados à venda de espaço para publicidade on-line, criando vantagens sobre os concorrentes.
Em um post em um dos blogs da Microsoft, Brad Smith, vice-presidente sênior da fabricante de software, acusa o Google de fazer isso por meio de mecanismos de indexação e ranking de resultados, em que propositalmente coloca os serviços de outras empresas em posições piores nas páginas de resultados.
Outra reclamação feita por Smith é que o Google não permite que anunciantes tenham acesso total às suas informações, depois que elas são repassadas ao site de buscas. Segundo o executivo, quando uma empresa decide usar a ferramenta de publicidade do Google, ela tem de armazenar algumas informações técnicas e estratégias nos data center da gigante das buscas. A violação das regras de competição se dá, segundo a Microsoft, porque o Google não deixa que as empresas tenham total controle sobre esses dados, impedindo que usem ferramentas de publicidade on-line concorrentes simultaneamente.
A situação também se estende ao mercado de smartphones, acusa Smith. Ele aponta que o Google criou meios técnicos de impedir os celulares equipados com Windows de acessar o serviço completo do site de compartilhamento de vídeos YouTube. Esses serviços, segundo a Microsoft, só podem ser plenamente acessados por celulares com Android, o sistema operacional para dispositivos móveis do Google.
No fim do post, o executivo reconhece uma "ironia dos fatos", já que a Microsoft sempre foi alvo de processos e não a acusadora. Smith diz que esta é a primeira vez que a companhia toma esse tipo de atitude. No entanto, ele defende que, para que haja um ambiente inovador e de livre competição, é preciso garantir que todas as empresas ajam da forma correta e justa.