Ao tecer fortes críticas a qualidade dos serviços de banda larga no Brasil, durante seminário na quarta-feira, 30, em Brasília, Rogério Santanna, responsável pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério do Planejamento, propôs a implantação de uma intranet do governo federal para qualificar a prestação de serviços públicos por meios eletrônicos e ampliar a inclusão digital no país.
No seminário, que discutiu a universalização do acesso à informação por meio das telecomunicações, o secretário declarou que a banda larga no Brasil é cara, de baixa velocidade e atinge apenas os locais com grande concentração de renda e população.
Segundo ele, a maioria desses serviços é prestada por três empresas que detêm 86% do mercado e oferecem velocidades inferiores a 1 MB. Nos lugares onde há renda, mas baixa densidade populacional, os pequenos provedores se encarregam de fornecer esses serviços. Nas localidades com muita concentração populacional e baixa renda, há os centros pagos de acesso, pequenos provedores informais e telecentros que suprem essa carência. "Mas há o mundo dos condenados à desconexão eterna, que vivem no interior do país, possuem baixa renda e pouca instrução", disse. "Isso significa que o mercado não resolveu até agora os problemas da banda larga no Brasil."
Como solução, Santanna propõe uma intervenção do Estado como forma de democratizar o acesso à banda larga no país e incentivar a inclusão digital. Ele acredita que a infraestrutura oferecida pelas empresas é incapaz de atender à demanda existente por internet em alta velocidade no país.
Santanna adiantou que está sendo elaborado um projeto pelo governo federal que pretende levar a banda larga a todos os prédios públicos do país que ainda não dispõem desses serviços. O secretário lembrou ainda que governos de países como Estados Unidos e Austrália já fazem investimentos desse tipo.
SLTI propõe criação de infraestrutura de banda larga governamental
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