O Google gastou US$ 390 mil com empresas americanas de lobby para obter a suspensão da votação dos polêmicos projetos de lei antipirataria Stop Online Piracy Act (SOPA) e Protect IP Act (PIPA). A informação consta em documento da Comissão Federal de Eleição dos Estados Unidos, órgão regulador local. O protocolo em questão foi divulgado pelo blog de tecnologia TechCrunch. No registro, extremamente sucinto, há a descrição dos tópicos no qual o dinheiro foi aplicado. A SOPA é citada juntamente com a "regulamentação da publicidade online, questões envolvendo pirataria e competitividade no mercado de propaganda online".
Embora o documento não ateste a posição contrária do Google em relação aos dois projetos, a empresa se manifestou publicamente ao lado de milhares de outras companhias no dia 18 de janeiro, pedindo a derrubada da lei por promover a "censura na internet". A pressão da comunidade de internet foi tão grande que tanto a SOPA quanto a PIPA foram retiradas da agenda de votação para a "redefinição de seus atributos".
Vale frisar que, diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos o lobby é uma prática legal e comum. Ele é encarado como uma demarcação nítida da representação em nome de empresas para negociações com políticos, sendo uma atividade regulamentada e com regras específicas. A justificativa do Congresso americano é que a institucionalização do lobby impede o pagamento de propinas ou o uso de outros métodos ilegais. No ano passado, o gigante das buscas gastou US$ 9,68 milhões com empresas de lobby.