Publicidade
Início Blogueria Outsourcing bem conduzido traz vantagem competitiva

Outsourcing bem conduzido traz vantagem competitiva

0
Publicidade

Muito se diz a respeito de outsourcing e seus objetivos de custo, qualidade ou foco. Porém, é na condução do processo em si que tais objetivos começam a ser concretizados. Podemos identificar dois fatores para uma terceirização bem‑sucedida: o rigor analítico (não queimar ou simplificar etapas cruciais do processo) e a expectativa correta de prazo de execução (que pode e deve, muitas vezes, levar vários meses). Vários momentos são críticos: a definição da estratégia de terceirização, a escolha de parceiros adequados às necessidades da empresa, a assinatura de um contrato consistente, o gerenciamento da transição e a governança do relacionamento empresa‑parceiro.

Tipicamente, terceiriza-se aquela atividade que não possui informações ou modelos de negócio que devem ser mantidos internamente à empresa, sob pena de reduzir sua vantagem competitiva. A escala, experiência, tecnologia e capital dos fornecedores existentes no mercado também influenciam na decisão.

Deve-se entender em detalhe a situação atual e definir o baseline da atividade (custos, escopo, volumes e níveis de serviço), que é a condição de operação otimizada (ou seja, com a ?casa arrumada?) que o fornecedor deverá assumir. Ao final, as propostas dos fornecedores são comparadas com o baseline, para avaliar os benefícios reais da terceirização.

Quantos fornecedores devem participar do processo? Em geral, um número significativo de fornecedores propicia mais aprendizado e poder de negociação, apesar de exigir esforço maior da empresa. Prepara-se um pedido de cotação (Request For Quotation) que combine qualificações, proposta técnica, preço e condições comerciais para padronizar e avaliar as respostas mais clara e rapidamente. Os fornecedores são selecionados conforme o custo e a qualidade aparente do fornecedor, como por exemplo, qualificação técnica, solução proposta e satisfação dos clientes.

As discussões sobre a elaboração do contrato precisam de foco, persistência e atenção aos detalhes. Aqueles que participaram das fases anteriores e a liderança da área que coordena o processo de terceirização devem participar das discussões, não apenas a área jurídica.

A transição pode até estar bem documentada no contrato, mas a execução não é trivial. Quatro aspectos devem ser considerados: os recursos humanos envolvidos, a migração das atividades para o fornecedor, o planejamento das (inevitáveis) turbulências e a comunicação para os executivos e usuários diretos.

Após a terceirização, os papéis da equipe que fica na empresa mudam bastante, envolvendo habilidades para gestão do contrato, controle dos níveis de serviço e interface com as áreas usuárias. Além disso, o foco passa a ser definir estratégias, políticas e modelos de operação da área. Deve haver um modelo de relacionamento entre empresa e parceiro nos níveis operacionais e estratégicos.

Com uma metodologia estruturada, é possível alcançar, além de outros benefícios, ganhos de custo entre 25% e 40% em média, contra 5% e 10% tipicamente obtidos em processos mais informais conduzidos diretamente pelas empresas. Cada processo de terceirização terá suas peculiaridades e desafios, mas os tópicos discutidos aqui estarão invariavelmente presentes.

* Cesar Pellegrini é consultor e Jean-Claude Ramirez é vice-presidente da Bain & Company

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Sair da versão mobile