O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 10, que a definição de novas regras para o funcionamento da internet não pode limitar a liberdade de expressão. Para ele, é preciso proibir a veiculação de material nocivo, como a pedofilia, e os provedores "terão que ter responsabilidade sobre isso". "Do ponto de vista da comunicação, da liberdade de expressão, acho que temos que agradecer a existência da internet porque ela deixou tudo mais antigo e tudo mais ultrapassado", disse Lula em entrevista a agências de notícias.
Sobre a limitação da propaganda feita pelos candidatos na rede, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente disse que não se pode negar o direito de expressão. "Achamos que a melhor maneira possível para que os meios de comunicação continuem da forma mais atenta possível é com a maior responsabilidade. Acho que negação ou proibir as pessoas de fazerem a propaganda dos seus candidatos é você negar o direito de expressão que é tão legítimo como qualquer outra coisa".
O presidente também comentou sobre o estágio da inclusão digital no país e disse que prevê um avanço "extraordinário, a partir de 2010, com a expansão do acesso à internet em todos os municípios". Ele afirmou que já foram criados muitos telecentros e 55 sistemas de banda larga em 55 mil escolas públicas do país. Mas, apesar disso, Lula disse que é preciso aumentar mais ainda, pois "uma escola com 300 alunos não pode ter somente 20 computadores, senão o estudante só vai acessar a internet a cada dez ou 15 dias e não pode ser assim", comentou.
O presidente também defendeu uma dinâmica maior por parte dos empresários, que demoram muito a tomar decisões e investir no desenvolvimento digital. A aprovação da inclusão digital mesmo, conforme ressaltou Lula, demorou dois anos, porque envolvia acordo com empresas.