Mantido por meio de parceria entre a Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, e a PUC-Rio, o Biodesign Lab está experimentando o uso do metaverso para atendimentos, discussões de casos e planejamento de cirurgias – inclusive com a presença virtual do paciente. Os principais benefícios do uso da tecnologia são a possibilidade de agregar mais informações e realizar simulações nas discussões de casos, inclusive com especialistas de qualquer parte do mundo, e manipular interativamente exames entre fatias dos dados 3D. O laboratório já realizou três reuniões de especialistas e irá realizar uma consulta com paciente e corpo clínico.
“O conceito de metaverso traz muitas novidades para a comunicação médica. A rede de ambientes virtuais interativos está sendo experimentada em diversas áreas da saúde, especialmente na medicina fetal e na ginecologia, contribuindo para a compreensão de malformações fetais complexas e patologias ginecológicas, por exemplo”, diz Heron Werner, ginecologista e coordenador do Biodesign Lab da Dasa. A tecnologia permite desde a possibilidade de ver uma sequência de imagens de fatias 2D até uma navegação compartilhada dentro de um órgão 3D.
“É possível, por exemplo, discutir em uma sessão remota um caso com participantes se juntando em realidade de diferentes locais. É possível visualizar o resultado de um exame de ultrassonografia e/ou ressonância magnética fetal enquanto manipula-o interativamente para navegar nas fatias dos dados 3D. Outro exemplo é a possibilidade de ter uma reunião virtual dentro da estrutura 3D de uma tuba uterina”, completa Heron.
Em geral, os conceitos de Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) se confundem com a noção de Metaverso. Embora os primeiros (VR/AR) possam ser considerados habilitadores de tecnologias de mídia, o Metaverso configura um contexto geral de aplicação no qual essas tecnologias contribuem para um novo tipo de experiência.
Esse não foi o primeiro projeto inovador no ambiente virtual do Biodesign Lab. Entre as inovações apresentadas pelo laboratório estão pesquisas para criar um programa que mistura realidade virtual e mista, o que permite ao médico fazer simulações cirúrgicas nos casos a serem tratados, como no caso dos transplantes de fígado, em parceria com o Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro.
