Para a maioria das pessoas, as festividades de final de ano são um momento de alegria (e, talvez, um pouco de estresse também), pois se compartilham almoços e jantares com a família e amigos. No entanto, para os varejistas, que precisam prever com precisão estoques e pedidos para garantir todos os diferentes ingredientes dos pratos festivos, a época é ainda mais estressante.
Um prato típico desse período do ano costuma incluir proteínas, frutas, verduras, pães, laticínios, doces e bebidas. Mas isso somente o que consumimos. A experiência completa exige muito mais. São necessários ingredientes para cada receita, produtos para decoração, embalagens etc. Também é preciso energia na forma de combustíveis, gás e eletricidade para transportar tudo isso.
E não estamos falando de apenas uma cadeia de suprimentos; são muitas. Olhando do ponto inicial até a mesa, temos fazendas, fábricas, armazéns e centros de distribuição em uma rede complexa que garante os produtos certos nos lugares certos na hora certa.
Fazer tudo isso da maneira adequada requer um processo de planejamento inteligente que tem início muitos meses antes. E, mesmo que tudo corra bem, uma única paralisação, seja ela local – como uma tempestade fora de época – ou global – como uma crise geopolítica –, pode impedir que as famílias tenham o que precisam no momento certo.
As empresas têm feito muitos progressos na antecipação das demandas dos clientes e na previsão de variáveis a fim de estarem mais bem preparadas durante períodos de grande consumo, como as festas de final de ano. Utilizam melhores ferramentas que as ajudam a rastrear produtos do campo à mesa e que também incorporam padrões de demanda dos clientes. Já começaram até a levar em consideração práticas sustentáveis.
Entretanto, tal como a pandemia nos ensinou, sistemas inteligentes são fundamentais para atravessar fases de dificuldades inesperadas. Novas tecnologias como a inteligência artificial (IA) generativa estão começando a prever todos os novos cenários em um ritmo acelerado. Combinadas com soluções mais tradicionais e aprendizado de máquina (machine learning), estão tornando as cadeias de suprimentos mais resilientes – e estamos apenas no começo.
De acordo com a McKinsey, a implementação de soluções de gestão da cadeia de suprimentos baseadas em IA já tem permitido que os primeiros usuários melhorem seus custos logísticos em 15%, os níveis de estoques em 35% e de serviço em 65%, em comparação com aqueles que não as utilizam.
Atualmente, assistentes de IA generativa integrados em soluções de nuvem podem oferecer insights baseados em dados relevantes, confiáveis e responsáveis, adaptados ao contexto de negócios das empresas que o utilizam. Por exemplo, imagine ser capaz de dizer ao assistente de IA que deseja otimizar os níveis de estoque em setembro ou outubro com base em comportamento de compras do passado, novas tendências e possíveis paralisações nas semanas anteriores aos feriados de final de ano – seja por eventos climáticos esperados ou grandes problemas de transporte, como greves ou inflação no preço dos combustíveis. Poderá também levar em conta outras variáveis para fazer uma recomendação mais embasada em uma combinação de fontes de dados. E tudo isso já está disponível hoje.
Quando você vislumbra o potencial da IA generativa para a gestão da cadeia de suprimentos, as possibilidades são incríveis. A principal preocupação das empresas é que eles querem estar preparados para o futuro. Querem ser resilientes a todo tipo de incertezas e capazes de se recuperarem rapidamente quando imprevistos acontecerem. Isso é especialmente essencial para movimentar produtos ao longo de cadeias de suprimentos vulneráveis.
Uma das ferramentas mais importantes no planejamento das cadeias de suprimentos é a previsão probabilística, por meio da qual as empresas podem utilizar dados sobre diversas variáveis que mudam em tempo real. Com isso, os responsáveis pelo planejamento podem contar com uma gama ainda mais minuciosa de resultados possíveis. No entanto, com o poder da IA generativa integrado aos processos empresariais e industriais, tem potencial de finalmente tornar as cadeias de suprimentos verdadeiramente preparadas para o futuro.
Nenhuma tecnologia poderá eliminar o caos das festas de fim de ano, mas a IA generativa pode, pelo menos, reduzir um pouco do estresse associado à garantia de que tudo estará no devido lugar para preparar o prato perfeito.
Scott Russell, membro do Board Executivo e líder de Sucesso do Cliente na SAP.
