Aproveitando a popularização da política do “Bring Your Own Device” (BYOD) e o bom momento econômico da América Latina, a companhia de segurança Blue Coat está lançando nesta quinta-feira, 21, sua solução Cloud Service para dispositivos móveis no Brasil. Como o produto é baseado na filtragem do tráfego na nuvem, um dos pontos principais da empresa é que a estreia do serviço está atrelada ao data center da companhia em São Paulo. A ideia é que a proximidade da unidade (chamada de ponto de presença) diminua a latência para a navegação pela plataforma.
Tanto que a Blue Coat está inaugurando outros data centers na América Latina para expandir sua participação no mercado de segurança na região, que hoje é de 44%. Além de uma unidade já em operação na Cidade do México, as capitais Buenos Aires, Bogotá e Lima também deverão receber esses pontos. A companhia não libera números exatos, dizendo apenas que foram investidos no Brasil “dezenas de milhões de dólares”, incluindo a contratação de funcionários e novos acordos com fornecedores.
Justifica-se: o presidente da Blue Coat, David J. Murphy, diz que o mercado latino-americano teve crescimento maior do que os 21% registrados globalmente pela companhia no último ano. “A mesma tecnologia que a empresa usa na rede interna, com Proxy, usa na solução em cloud, podendo ser autenticado e ter as mesmas políticas de acesso”, conta. A solução se integra com plataformas de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM, na sigla em inglês), mas Murphy tem uma filosofia própria a respeito. “Não acreditamos na ideia de sandbox fundamentalmente, acreditamos em assegurar a rede”, diz, referindo-se aos módulos corporativos que criam um ambiente seguro separado da área de trabalho pessoal no dispositivo.
Dia negativo
A diretora de marketing de produtos da companhia, Sasi Murthy, diz que há integração com a plataforma BlackBerry Enterprise Service (BES), mas há uma relutância com o novo sistema operacional BlackBerry 10, que ainda não é suportado pelo Cloud Service. “Estamos olhando isso, pois a plataforma não necessita mais estar ligada à rede da BlackBerry. Entretanto, é um sistema que está voltando a se popularizar e certamente iremos cobrir isso também”, diz ela. O BB 10 agora se conecta à Internet e aos serviços de mensagem BBM pela rede normal da operadora, sem camadas de segurança.
De qualquer forma, a solução da Blue Coat analisa o tráfego do aparelho, independentemente da rede utilizada. Por isso, não está atrelada a qualquer conectividade específica e pode ser aplicada no Wi-Fi da empresa ou na rede móvel. Sasi explica que a tecnologia utilizada pela companhia de segurança também identifica a fonte de ataques – uma rede de distribuição de malwares (chamada Malnet), por exemplo. Com isso, conseguem o que chamam de “dia negativo”, em alusão ao “ataque de dia zero”, que é quando a ameaça é inédita. Ou seja: como se identifica a fonte, a ameaça é bloqueada mesmo antes de ser conhecida como um malware pelas companhias de segurança. “É uma política que permite bloquear um link específico que esteja em quarentena”, explica o vice-presidente de vendas e operações para a América Latina e Caribe, Ray Jimenez.
Parcerias
A Blue Coat tem parcerias com operadoras nos Estados Unidos, como AT&T e Verizon, além da alemã Deutsche Telekom e a japonesa NTT Docomo. No Brasil, a companhia diz que tem tido “conversas boas” com teles e provedores regionais. David Murphy conta que as operadoras ficaram interessadas em instituir a solução no próprio sistema interno. “Faria sentido na própria rede, onde há ataques acontecendo, como de negação de serviço (DoS). Elas precisam para elas mesmas”, afirma.
A empresa anunciou também uma parceria com a Promon Logicalis, que vai incorporar o sistema de segurança de rede da Blue Coat aos seus projetos de comercialização, especialmente no mercado de telecomunicações. O country manager da empresa de segurança no Brasil explica que a Promon “é um parceiro muito importante e leva a segurança da aplicação com foco nos clientes”.