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Pesquisa revela os principais desafios do mercado brasileiro de dados

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A crescente demanda de empresas por soluções analíticas tem elevado a busca por profissionais de ciência de dados no Brasil. É o que aponta a pesquisa State of Data Brazil 2021, realizada pela Bain & Company em conjunto com a Data Hackers – comunidade brasileira de Data Science do Brasil. O estudo, inédito, avalia que a busca por esse perfil altamente especializado tem se refletido em diferentes aspectos de formação e migração dos profissionais, satisfação com os empregadores, preferências por tipos específicos de trabalho, além de remuneração e formatos de atuação.

O estudo, que ouviu 2.645 profissionais de ciência de dados de todo o Brasil entre os dias 18 de outubro e 6 de dezembro de 2021, avaliou que o alto nível de instrução formal, com 50% deles sendo pós-graduados, torna o profissional de ciência de dados exigente no momento de escolher para qual empresa atuar. Para 44,5% deles, a falta de maturidade analítica das organizações brasileiras é um dos principais motivos de insatisfação. Além disso, 43,8% deles sentem que falta oportunidade de crescimento em seus empregos atuais.

Para Lucas Brossi, líder da área de Advanced Analytics da Bain & Company na América do Sul e um dos autores do estudo, esses fatores indicam que não basta contratar bons profissionais. As empresas devem fornecer estrutura e tecnologia, aliados a uma nova cultura organizacional. “As organizações precisam estabelecer uma visão clara de processos e governança, criar um roadmap priorizado de casos de uso e mudar sua cultura para a tomada de decisão baseada em dados”, ressalta.

A pesquisa identificou ainda que a intenção de mudar de emprego nos próximos seis meses está diretamente relacionada ao nível de satisfação com o posto atual, o que tem feito com que os profissionais de ciência de dados estejam sempre observando novas oportunidades. Segundo o estudo, para os profissionais satisfeitos, 12,8% estão em busca de novas oportunidades dentro e fora do Brasil, e 9,9% procuram emprego apenas fora do país. Ainda que não estejam ativamente à procura de novas oportunidades, 40,2% dos respondentes estão abertos a propostas, com percentual relativamente constante entre todos os níveis de cargo e maior incidência entre gestores (41,6%).

Valorização e remuneração

Se por um lado, os profissionais de ciência de dados avaliam a maturidade analítica das empresas como um fator de satisfação e escolha, por outro, o levantamento da Bain & Company e da Data Hackers destacou que a remuneração também é um dos principais motivo pelos quais os profissionais optam por considerar uma mudança de empresa. Esse indicador foi apontado por 68,8% dos respondentes.

A pesquisa reforçou que o salário tem sido usado pelas empresas como forma de reter e valorizar esse perfil. De acordo com o estudo, a remuneração dos profissionais da área de dados aumentou significativamente entre 2019 e 2021, com um aumento médio de cerca de 40%. Segundo o estudo, a proporção de respondentes ganhando R$ 12 mil/mês ou mais subiu de 10,2% em 2019 para 24,1% em 2021, indicando uma maior dispersão de remuneração. Já os níveis mais baixos de remuneração registraram redução. A proporção de profissionais ganhando até R$ 4 mil/mês era de 39% em 2019 e, em 2021, caiu para apenas 22%.

O estudo também identificou que a remuneração dos profissionais satisfeitos e insatisfeitos com o emprego atual é significativamente diferente, reforçando o tema como um dos principais pontos de insatisfação. Enquanto 18,2% dos profissionais satisfeitos ganham até R$ 4 mil/mês, este número é de 33% para os insatisfeitos. Avaliando os patamares mais altos de remuneração, a pesquisa mostrou que 27,5% dos profissionais satisfeitos ganham acima de R$ 12 mil/mês, enquanto esse número é de apenas 13,8% no grupo que se declarou insatisfeito.

Segundo Brossi, é essencial que as organizações consigam compreender o que gera ou não satisfação no profissional de ciência de dados, pois somente assim será possível atrair e reter esse perfil altamente qualificado. “As empresas, em seus processos de contratação, promoção e retenção de talentos, precisam estabelecer parâmetros claros de valorização que possam atender aos anseios e desejos dessa comunidade de profissionais. O nosso objetivo com o estudo foi justamente jogar luz sobre o tema de modo a auxiliar as organizações nessa jornada”, concluiu.

Desafio por igualdade de gênero

Outro insight descoberto pelo levantamento da Bain e da Data Hackers é a falta de igualdade salarial entre homens e mulheres, especialmente em cargos mais elevados. No nível sênior, apenas 28,7% das mulheres ganham mais de R$ 12 mil por mês. Entre os homens, esse número salta para 41,4%.

A mesma tendência é repetida em cargos de gestão, com profissionais do gênero feminino com remuneração maior do que R$ 12 mil por mês representando 48,5% do total, número que aumenta para 56,8% entre os profissionais do gênero masculino.

As mulheres apresentam vantagem salarial em apenas uma faixa de cargo pesquisada, justamente a de nível júnior: 41% das mulheres contra 36,7% dos homens.

Para acessar o relatório State of Data Brazil 2021, da Bain & Company e da Data Hackers, acesse o link.

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