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BNDES pode financiar compra da Datasul pela Totvs

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Apesar de os papéis da Datasul já terem data marcada para deixar de ser negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), prevista para 19 de agosto, quando deve ser aprovada a transação, a marca Datasul continuará a ser usada no mercado pela Totvs, bem como serão mantidas as equipes comerciais e técnicas, que continuarão a atuar de forma independente, conforme garantiram as duas empresas durante conferência de imprensa nesta quinta-feira, 24.

Ao menos por enquanto, o discurso das duas empresas é que nada muda: os canais de vendas continuarão separados e poderão até concorrer entre si, e os executivos da Datasul também serão mantidos, inclusive seu presidente Jorge Steffens, além de suas franquias de desenvolvimento e vendas. Os produtos da software house catarinense também continuarão competindo com produtos da Totvs.

De acordo com Steffens, a maior preocupação nesse momento será fazer uma comunicação eficiente aos funcionários e ao mercado, de modo a minimizar os choques. Não é pra menos. A Datasul e a Totvs somam juntas mais de 9 mil funcionários e, embora não admitam publicamente, há um grande sobreposição de cargos e funções, o que certamente obrigará a buscarem uma racionalização, o que poderá implicar em demissões.

Outro ponto abordado durante a conferência, porém não esclarecido, foi sobre o que acontecerá com a Datasul, após o período estimado de seis meses de transição. A dúvida que paira no mercado é se ocorrerá o mesmo que aconteceu com a Microsiga e RM Sistemas, que se transformaram em meras marcas de produtos. O presidente da Totvs, Laércio Consentino, afirmou apenas que durante o próximo semestre as empresas irão avaliar os pontos fortes de ambas as companhias.

Em relação a possibilidade de a transação vir a ser alvo de um processo de concentração de mercado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), já que, juntas, as duas empresas somarão 21 mil clientes e passarão a deter 38,03% de participação no mercado de ERP, Steffens frisou que o market share das duas não gera uma concentração no mercado nacional. Além disso, ressaltou que o negócio de software é uma disputa global. “Estamos nele para competir com quem está aqui e com que está por vir”, completou. “A intenção da aquisição da Datasul pela Totvs é fortalecer o país em desenvolvimento de sistemas”, comentou Consentino. O Cade até o momento não fez nenhum pronunciamento sobre o negócio. Com a fusão, o valor de mercado da companhia gira em torno de R$ 2 bilhões.

Quando questionadas sobre a atuação das franquias no período definido de seis meses – quando o planejamento das operações estará sendo desenvolvido, de acordo com Steffens –, as companhias afirmam que a unificação de todos os canais deverá acontecer no futuro, já que um dos objetivos da fusão está baseado em “procurar sinergias sem destruir o valor dos ativos incorporados”. “Estamos trabalhando passo a passo”, foi a frase usada inúmeras vezes por Constantino, inclusive quando foi levantada a hipótese de a Totvs vir a ser adquirida por uma multinacional.

Embora a Totvs também não deixe claro, parte dos recursos para a aquisição pode vir do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Duas linhas de financiamento estão sendo finalizadas como o BNDES, tanto por parte da Datasul quanto da Totvs, que devem totalizar R$ 200 milhões cada uma. “Já temos nosso projeto com a instituição e o processo está avançado”, disse José Rogério Luiz, vice-presidente executivo financeiro da Totvs, sem dar mais detalhes da negociação.

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