A HP anunciou nesta terça-feira (25/9) a transferência da produção terceirizada de desktops e notebooks no país, que vinha sendo feita pela Solectron, em Campinas, no interior de São Paulo, para a Foxconn, que já fabrica computadores para a empresa em países como México, China e República Checa.
O equipamentos serão produzidos na nova unidade fabril da Foxxonn, instalada em Jundiaí, também no interior paulista, a qual investiu R$ 40 milhões para montagem da infra-estrutura e das linhas de produção. A fábrica tem capacidade de produzir 100 mil unidades por mês e vai operar com mil funcionários.
A mudança, segundo Juan Jimenez, vice-presidente do Grupo de Computação Pessoal da HP Brasil, visa atender a crescente demanda do mercado de PCs no Brasil. Hoje, com uma produção média de 70 mil computadores por mês, a HP detém 6,5% de participação de mercado no segmento de desktops no país e 22,7%, no de notebooks. De acordo com o executivo, a demanda da HP vem crescendo de sete a oito vezes acima do mercado.
A estratégia da HP, que hoje lidera o mercado de notebooks no Brasil, é alcançar a primeira posição no segmento de desktops, hoje ocupada pela paranaense Positivo Informática. Mas Jimenez descarta que o alvo seja a fabricante brasileira, mas, sim, rivais como a Dell, Lenovo e Itautec. "O consumidor da HP é o que quer uma máquina que dure mais de um ano e use tecnologias de ponta, e não aquelas já defasadas mundialmente", disse ele, ao admitir que os desktops da empresa são voltados para as classes A e B, e não para as faixas C, D e E, nas quais reside a maior demanda atualmente.
O diretor de operações da HP Brasil, Ricardo Pagani, diz que a localização da fábrica em Jundiaí é estratégica, já que está a 90 quilômetros do Porto de Santos, a 60 quilômetros da capital paulista, a 30 quilômetros do aeroporto de Viracopos e a apenas 20 quilômetros do centro de distribuição no Brasil, localizado na cidade de Louveira. Segundo ele, praticamente toda a produção já migrou para a fábrica da Foxconn e a instalação da unidade também gerou um grande desenvolvimento de mão-de-obra na região. ?Foram enviados cerca de 120 funcionários de todas as áreas para serem treinados no México e trazer o mesmo padrão de qualidade lá para cá."
Pagani diz que a Foxconn é uma grande parceira da HP, a qual mantém fábricas na China, no México e na Europa. E diz que em decorrência do aumento da demanda, a HP resolveu apostar na montagem de uma unidade a empresa no país. Foxconn já unidades em Manaus para a produção câmeras digitais e celulares para a Nokia. Ele faz questão de ressaltar, porém, a terceirização da fabricação de impressoras Solectron, que foi comprada em junho passado pela Flextronics, por US$ 3,6 bilhões, será mantido. A fabricação de servidores ele diz que permanece sob a gestão da HP Brasil, sem planos imediatos de terceirização.
HP informa que já fabricou mais de 4 milhões de computadores no Brasil ? incluindo os produzidos ainda sob a marca Compaq, comprada pela HP?, sendo que mais de 1 milhão foram produzidos somente nos últimos três anos.