A fabricante japonesa de produtos eletrônicos Sony anunciou nesta quinta-feira (31/1) que não ira atingir á meta de crescimento de 5% da margem operacional para o ano fiscal de 2008, conforme havia divulgado anteriormente. A revisão para baixo, segundo a empresa, se deve à desvalorização da moeda americana no mercado mundial e à retração nas vendas gerada com a crise das hipotecas imobiliárias de alto risco (subprime) nos Estados Unidos.
A empresa projeta, agora, uma margem operacional para o ano de 4,6%. O diretor financeiro (CFO) da Sony, Nobuyuki Oneda, atribui o déficit de 0,4 pontos percentuais principalmente ao enfraquecimento dólar. Segundo ele, o aumento do valor do iene em relação à moeda americana retira cerca de 6 bilhões de ienes do lucro operacional ? um aumento semelhante em relação ao euro custaria à empresa 6,5 bilhões de ienes. ?Os movimentos do câmbio internacional foram muito rápidos e os executivos foram apanhados desprevenidos?, disse ele ao jornal britânico Financial Times.
Diante desse cenário, a Sony disse que vai cortar da sua previsão de lucro operacional para o ano fiscal, que se encerra em 31 de março, 410 bilhões de ienes, estabelecendo a estimativa anterior de 450 bilhões de ienes para o período. A empresa anunciou que reviu para baixo também a projeção de vendas para o console de videogame PlayStation 3, antes de 11 milhões de unidades, para 9,5 milhões de unidades.
No terceiro trimestre, lucro operacional da Sony foi de 189,4 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 3,01 bilhões), um aumento de 6% em relação ao ano fiscal anterior. A divisão de eletrônica da empresa, no entanto, registrou um crescimento de 7% no lucro operacional, para 166,5 bilhões de ienes (US$ 2,64 bilhões). Mesmo assim, ficou inferior na comparação com igual trimestre do exercício fiscal anterior. A empresa atribuiu o recuo à feroz concorrência de preços nos mercados de TVs de tela plana e câmeras digitais.
De acordo com Oneda, durante todo o ano fiscal, a divisão que fabrica o modelo de TV com tela de LCD Bravia ficou no vermelho. "As quedas de preço são tão rápidas que a redução dos custos [na fabricação] não consegue compensar." Ele diz, no entanto, que a Sony, que lidera praticamente sozinha o mercado americano de eletroeletrônicos, ainda não sentiu grandes mudanças na demanda devido aos problemas com a questão do subprime. ?Mas, gradualmente, isso terá um impacto negativo sobre o mercado de câmeras digitais e computadores", avalia ele.
