Publicidade
Início Notícias União Européia leva Portugal ao tribunal por causa da golden share na...

União Européia leva Portugal ao tribunal por causa da golden share na PT

0
Publicidade

A Comissão Européia decidiu levar Portugal ao tribunal por causa da "golden share" que o estado português tem na Portugal Telecom (participação acionária que assegura ao governo tomar parte em decisões consideradas estratégicas). O comunicado foi feito nesta quinta-feira (31/1), em Bruxelas, onde fica a sede do órgão.

A Comissão Européia "considera que os direitos especiais que o estado português tem na operadora desincentivam os investimentos de outros estados-membros e violam as regras do Tratado da Comunidade Européia, segundo comunicado à imprensa. Além disso, o órgão considera que os argumentos apresentados por Portugal em defesa dos direitos especiais não são satisfatórios.

O governo português alega que os direitos especiais se regem pelo direito privado e são justificados e compatíveis com o tratado e que são aplicados de modo não discriminatório e com base em motivos de segurança e de ordem pública, assim como em outros imperativos de interesse geral.

Na opinião de Bruxelas, os direitos especiais do estado português na empresa "excedem o necessário para atingir os objetivos pretendidos". A Comissão Européia considera que esses poderes especiais ?constituem uma restrição injustificada à livre circulação de capitais e ao direito de estabelecimento, na medida em que dificultam o investimento direto e em carteiras de títulos?.

Desde junho de 2006 que a Comissão Européia vem protelando a decisão de passar à fase seguinte do processo por infração, aberto em dezembro de 2005, e levar Portugal ao Tribunal de Justiça das Comunidades Européia.

O comissário europeu responsável pelo mercado interno e serviços, Charlie McCreevy, considera que os direitos especiais detidos pelo estado e entidades públicas na Portugal Telecom vão contra as regras européias no que diz respeito à livre circulação de capitais e ao direito de estabelecimento no território europeu.

O estado português detém 500 ações do tipo A e uma participação ordinária de 1,18% no capital da operadora. As ações preferenciais conferem ao estado, na prática, poder de veto sobre a escolha de um terço dos administradores da empresa, incluindo o presidente do conselho de administração.

A participação dá também ao estado poder de veto sobre a aplicação dos resultados do exercício, sobre a definição dos "princípios gerais de política de participações em sociedades" e, também, sobre "aquisições e alienações, nos casos em que aqueles princípios as condicionem à prévia autorização da assembléia-geral".

Bruxelas reconhece que o número de ações do tipo A tem sido reduzido ao longo das sucessivas fases de privatização, mas que foram mantidos ?os correspondentes privilégios?, definidos no estatuto da Portugal Telecom. Entre os privilégios, o órgão europeu cita poderes especiais para nomear um terço do conselho de administração da empresa e o seu presidente, bem como direitos de veto no que diz respeito à eleição dos membros dos conselhos de administração e fiscal.

Segundo a Comissão Européia, os privilégios incluem igualmente outras decisões importantes da empresa, como a distribuição dos lucros, o aumento de capital, a emissão de obrigações, a abertura de sucursais e a mudança da sede, a alteração dos estatutos e a aprovação prévia da aquisição por acionistas que desenvolvam uma atividade concorrente, de mais de 10% das ações ordinárias da empresa.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Sair da versão mobile