A legislação trabalhista na área de serviços e o chamado custo Brasil são os principais obstáculos apontados pelo presidente TCS (Tata Consultancy Services), César Castelli, para que o setor de outsourcing tenha condições de competir no mercado offshore, em que os serviços de TI são prestados a partir de países mais baratos do que aqueles em que os clientes estão sediados.
Segundo ele, numa cotação recente na qual sua empresa participou, a proposta apresentada pelo México era 60% do preço brasileiro. "De duas ou três cotações que participamos toda semana, a história se repete", enfatiza o executivo.
Com base em números da consultoria IDC, ele estima que o Brasil tenha receitas de mais de US$ 1 bilhão, pouco mais 1% do market share mundial de serviços de outsourcing, que é de US$ 70 bilhões mundialmente, dos quais a Índia detém uma fatia de US$ 50 bilhões.
Ainda segundo a IDC o Brasil tem uma "janela" de três anos para se inserir na disputa por esse mercado, caso contrário novamente "perderemos o bonde da história".
Mercado em alta
Castelli revelou ainda que a TCS cresceu mais de 20% no primeiro semestre deste ano, mas tem uma meta ambiciosa de chegar a 40% até o fim do ano fiscal, que termina em março de 2009. Recentemente a empresa indiana criou uma unidade de negócios de Emerging Markets, responsável por América Latina, Leste Europeu, Oriente Médio e África para fazer um trabalho diferenciado nesses mercados.
"No Brasil consolidamos nossas operações em São Paulo no Centro de Desenvolvimento em Barueri, que tem capacidade para mil pessoas. Trouxemos alguns especialistas da Índia que estão nos auxiliando na capacitação de novos profissionais, em conformidade com o modelo global de serviços da matriz. Neste trimestre, também atingimos taxas significativas de crescimento na operação brasileira", afirmou.
