A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) anunciou nesta terça-feira (21/02) o desligamento de seu mainframe e a passagem total de toda a sua infra-estrutura de TI ? e também da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia ?para plataforma baixa (Intel, Microsoft e HP) ainda neste ano.
A expectativa da Bovespa com o projeto, que vem sendo implantado desde 2003, é obter, entre outros benefícios, redução de custos de manutenção, retorno de investimento e uma maior flexibilidade de adaptação ao aumento de volume de transações no mercado de capitais, que atravessa fase de expansão.
De acordo com o diretor de informática da Bovespa, diz Luiz Gonzaga Simões, a plataforma HP, Intel e Microsoft também apresenta maior estabilidade no desempenho de aplicações de missão crítica. ?Nos últimos anos, crescemos praticamente 50% ao ano e espera-se que a quantidade de negócios seja cada vez maior?, diz. ?A nova plataforma permite crescer horizontal e verticalmente, de forma rápida e flexível e vai ajudar a Bovespa e a CBLC a acompanhar a evolução do mercado.?
Para a migração foi alterada toda a forma de trabalho da área de sistemas, desde a fase de solicitação, de desenvolvimento, testes e documentação até o controle da produção. O processo contemplou, também, a realização de 350 treinamentos da Microsoft só para a área de desenvolvimento. Para o usuário final, as corretoras, não houve mudanças significativas. O maior impacto foi na interface, que se tornou mais amigável, facilitando a navegação.
Todo esse trabalho tem permitido que a área de tecnologia da Bovespa absorva o crescimento do mercado de capitais sem sobressaltos: em 2002, a Bolsa negociava uma média de R$ 558 milhões em 28 mil negócios por dia. Em 2006, até 17 de fevereiro, o volume diário chega a R$ 2,4 bilhões em 84 mil negócios.
A implantação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) na plataforma HP, Intel e Microsoft, em abril de 2002, levou a Bovespa a decidir pela migração de todas as suas aplicações de negócio que se utilizavam de mainframe para o novo ambiente de TI.
O projeto teve início em 2003, com o desenvolvimento de todos os sistemas com arquitetura apropriada para tirar proveito da nova plataforma. O processo envolveu ainda os sistemas operacionais Microsoft Windows Server nas versões 2003 e 2000 e o banco de dados Microsoft SQL Server 2000. Recentemente, a Bovespa também deu início ao processo de migração para o SQL Server 2005. As principais aplicações de negócio foram desenvolvidas em visual Basic 6.0 em desenvolvimento de três camadas, mas a Bovespa também já utiliza a tecnologia .NET para conceber novos produtos e serviços.
A migração das aplicações começou em 2004 e foi dividida em duas grandes etapas, sendo que maior parte dos sistemas foi migrada em 2005. A meta é completar todo o processo da parte on-line e finalizar a parte batch ainda neste ano ? e, assim, desligar o mainframe.
Sem divulgar o valor investido no projeto, a Bovespa diz que foram adquiridos quatro servidores HP e um storage de 7,7 terabytes. Além dos servidores, a Bolsa também contratou o serviço de suporte a sistemas críticos da fabricante. Cerca de dez profissionais da empresa ? entre executivos, consultores e técnicos ? participaram do projeto.
Por se tratar de um ambiente de negócios, liquidação, custódia e controle de risco, que não admite interrupções, a Bovespa conta com um completo sistema de contingência, que dispõe de equipamentos, processos e pessoas em endereço alternativo e com replicação de dados em tempo real.
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