Uso de PLM nas áreas aeroespacial e de defesa

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As indústrias do segmento aeroespacial e defesa foram as primeiras a utilizar soluções de PLM (da sigla em inglês para gerenciamento do ciclo de vida do produto) e hoje já estão na terceira ou quarta geração desse tipo de ferramenta. Muitas delas continuam investindo pesadamente nesse sentido, tanto para atualizar versões como para expandir o número de licenças.  A informação é da CIMdata, consultoria norte-americana especializada em PLM, que revelou ainda que, em termos globais, os investimentos para o emprego da tecnologia feitos pelas empresas dessa área foram da ordem de US$ 3,2 bilhões em 2011, e estima-se que nos últimos cinco anos o crescimento anual manteve-se na casa dos 9,8% ao ano.

E a explicação é muito simples: são indústrias que se caracterizam por ser early adopters, ou seja, por sair na frente na adoção de tecnologias inovadoras e, em muitos casos, o fazem antes mesmo destas serem lançadas oficialmente no mercado. Nos Estados Unidos, várias empresas do setor já estão se beneficiando com o uso do PLM. Como é o caso da agência espacial NASA, que escolheu a ferramenta como padrão para oito dos seus dez centros de pesquisa e desenvolvimento, somando mais de 10 mil usuários. Dentre os resultados obtidos incluem-se melhoria no gerenciamento de informações CAD, redução do tempo de pesquisa e melhoria na colaboração entre os profissionais de diferentes áreas.

A EADS também adotou o PLM como solução corporativa para todas as suas unidades de negócios. Só na Airbus são cinco mil usuários; e no Projeto Phoenix, o emprego dessa tecnologia possibilitou maior integração dos processos e metodologias entre as diversas divisões (Airbus, Eurocopter, Astrium, Sogerma etc.) conseguindo, com isso, reduzir o time-to-market e melhorar a qualidade dos produtos, por estabelecer uma plataforma comum, escalável e baseada na web. São 44 mil usuários da corporação e mais 22 mil colaboradores que se beneficiam da solução.

Lockheed Martin, Boeing, Raytheon e Bae Systems são outras empresas do segmento aeroespacial e defesa que não abrem mão de contar com uma ferramenta eficiente e que permite otimizar o gerenciamento e a evolução de uma lista de materiais (BOM – Bill of Materials) em todo o ciclo de vida de um produto. Todas as atividades que afetam, mudam, ou finalizam uma lista de materiais são elementos que influenciarão a eficiência operacional global de uma empresa e, desta forma, fazem parte do PLM. E é fundamental que o conhecimento que todos necessitam seja acessado e transmitido sem interrupção. Dessa forma é possível aumentar a participação de mercado com produtos focados no cliente, ter maior habilidade para atender a demanda, desenvolver e definir novos mercados, fazer um projeto focado em atingir preço premium, reduzir o custo do produto e de seu ciclo de vida.

No Brasil, essa tecnologia já está sendo utilizado em grandes projetos desse segmento específico, como é o caso da Marinha Brasileira, que o está empregando no desenvolvimento do programa ProSub do novo submarinos nuclear, e também da Aeronáutica (DCTA e INPE), que escolheu a solução para otimizar seus processos. Nesse rol incluem-se também empresas como a Odebrecht, Imbel (Divisão do Exército), Mectron, dentre outras. Prova de que, para essas empresas, segurança, agilidade e eficiência não são apenas diferenciais, mas sim fatores essenciais para o bom desempenho de suas atividades. E na atualidade, se companhias de outros setores seguirem esses exemplos, certamente irão descobrir que poderão multiplicar seu poder de competição e de inovação num mercado cada vez mais desafiador.

*Helio Samora é engenheiro mecânico e diretor geral da PTC (Parametric Technology Corporation) para a América Latina.

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